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Apenas oito novos médicos formados na UBI em internato comum na região

Estudantes são, na maioria, de outros pontos do país e não ficam para a formação geral

A Universidade da Beira Interior (UBI) formou no último ano 59 novos médicos, mas só oito vão realizar o internato comum na região. Cinco ficaram colocados no Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) e três no Hospital Sousa Martins. Apesar dos números, o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde diz estar satisfeito, até porque «a grande maioria dos alunos que ingressam na UBI é oriunda de outras regiões», principalmente do Norte do país.

De acordo com a lista disponível na página da Internet da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), relativa ao ingresso no ano comum, a unidade hospitalar covilhanense vai receber um total de 10 pessoas, enquanto que a da Guarda terá 12 este ano a rodar pelos diferentes serviços. Para Miguel Castelo Branco, a permanência de oito recém-formados pela UBI na região este ano, nesta que é a terceira vaga de novos médicos da Faculdade de Ciências da Saúde, é «bom» e, feitas as contas, «representa mais de 10 por cento». «Se a grande maioria dos estudantes é oriunda de outras regiões do país, é normal que optem por uma colocação nas zonas de origem», analisa. «Dos já 159 médicos formados pela UBI desde a abertura de Medicina, 35 fizeram o internato comum na região», acrescenta Miguel Castelo Branco, ao precisar que 25 passaram pelo CHCB e 10 pelo hospital da Guarda. Um foi colocado em Castelo Branco e os restantes novos profissionais foram para outras regiões.

No entender do também médico no hospital da Covilhã, a escolha dos hospitais da Beira Interior para o ano de formação geral «é importante», mas a fixação de médicos no interior acaba por estar «dependente do número de vagas de especialidades» nos hospitais da região. Daí que considere que «deve haver um esforço do Ministério da Saúde e Ordem dos Médicos» para um reforço do número de vagas. Relativamente aos lugares para o internato médico complementar, tanto o CHCB como o hospital Sousa Martins tiveram apenas direito a quatro vagas no concurso de 2009, cujos resultados foram divulgados em Dezembro. No caso do CHCB, foi atribuída uma para Medicina Interna, uma para Medicina Geral e Familiar, outra para Pneumologia e uma quarta para Psiquiatria. Já na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, o concurso abriu dois lugares para Medina Interna, um para Medicina Geral e Familiar e outra para Saúde Pública.

Nenhuma delas foi contemplada com vagas preferenciais, as que se destinam a fixar jovens médicos em zonas carenciadas através da atribuição de bolsas de 750 euros. Os lugares disponibilizados ficaram aquém das expectativas do presidente da ULS da Guarda, que queria abertura de mais vagas e noutras especialidades, nomeadamente em Pneumologia. «Espero que no concurso de Março sejamos contemplados com Pneumologia», afirma Fernando Girão. O ano passado, houve oito médicos colocados na Guarda por via deste primeiro concurso. Quanto à fixação de jovens formados pela UBI nos hospitais locais, Fernando Girão lembra que «o concurso é nacional» e defende que só será possível fixar os recém-formados pela UBI na região «se a regionalização avançar e, neste contexto, se criar uma situação preferencial». No que toca às bolsas de 750 euros, «pode ajudar», mas «não serão suficientes, só por si» para atrair os jovens médicos.

Já o director do CHCB, João Casteleiro não se mostra muito preocupado com o número de internos com que a instituição que dirige foi contemplada, ao constatar que «houve quem optasse por fazer o exame mais tarde e há o outro concurso de Março» – com o mapa nacional de vagas a não ser ainda conhecido. No que respeita ao internato comum, este responsável desvaloriza os números porque, na prática, acabam por não contribuir para um reforço dos serviços «por terem de andar acompanhados». «E não significa que depois consigam ficar», acrescenta.

A Faculdade de Ciências da Saúde já formou 159 médicos

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