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Ao adesivo

Bilhete Postal

O adesivo segura os candeeiros, as portas, as batas, alguns, vários, utensílios dos hospitais. O adesivo na boca seria o sossego nalgumas casas. O adesivo é também aquela personagem que se cola aos ecrãs durante o futebol e nas estúpidas entrevistas depois dele. O adesivo é uma arma poderosa das instituições caducas e do remendo. Em Portugal os tribunais vivem de atilhos e fios e vãos de escada. Os hospitais de adesivo a manter as compras caras que um dia fizeram. Os processos e os documentos guardam-se reforçados de fita-cola, de atilhos e mais adesivo – castanho, branco, transparente e até anti alérgico. As instituições que vivem assim são como o adesivo homem que gosta de aparecer na televisão, estão desdentadas, estão diminuídas e transportam maus hábitos. É como ter pó em casa, muito cotão debaixo das camas, e a roupa pejada de nódoas.

Por: Diogo Cabrita

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