O futuro da FIPER – Fiacção S. Pedro foi novamente adiado, depois da Assembleia de Credores, que decorreu na passada quarta-feira no Tribunal da Covilhã, ter sido suspensa até segunda-feira devido a alterações introduzidas ao plano anteriormente apresentado. A “A.H.L. Imobiliária SA” é afinal a empresa interessada em adquirir o capital da têxtil do Teixoso. António Lopes pretende adquirir 70 por cento do capital da empresa, ficando José Robalo, um dos antigos sócios da fábrica, responsável pelo restante.
Das alterações à proposta, apresentadas pelo advogado Francisco Pimentel, e que estiveram na origem da suspensão da reunião, contam-se a injecção imediata de 100 mil euros no capital social da empresa, e, por outro lado, o compromisso da FIPER retomar a laboração dois meses depois de concluído o processo judicial, num prazo mínimo de 60 dias. De resto, António Lopes pretende que a unidade acabe por evoluir para a área da tecelagem, estando ainda assegurada a sua reestruturação social. O empresário, que recentemente adquiriu a Garagem de S. João, compromete-se a liquidar os créditos dos trabalhadores dez dias depois da sentença e 15 por cento aos bancos, admitindo que se houver «exigências para além desse valor, o negócio poderá ser inviabilizado». Por outro lado, o facto de estar envolvida uma empresa imobiliária poderá ajudar, segundo o empresário, a viabilizar o negócio, uma vez que «a antiga administração já tinha desafectado 43 mil metros quadrados de terreno para efeitos de promoção imobiliária», disse o próprio, assegurando também que a empresa não deixará de «laborar ao 61º.dia».
Apesar destas garantias, o plano suscitou, desde logo, algumas dúvidas junto dos ex-trabalhadores presentes e, para além disso, os representantes quer das instituições bancárias, quer dos trabalhadores optaram por pedir mais algum tempo para estudar as alterações ao documento inicialmente proposto. Uma atitude que deixou António Lopes «desiludido» no final da sessão, adiantando ainda estar a negociar uma outra empresa na região, «que será comprada se a FIPER também o for». A proposta da “A.H.L” deverá ser votada no próximo dia 21, pelas 14 horas, uma vez que Pedro Gama da Silva, o juiz titular do processo, assegurou que esta terá sido mesmo «a última vez que a Assembleia foi adiada».