Agora que caiu Santana como não tropeça a Ana?
Ela era cartazes, eram venturas e sorrisos.
Ela é daquele sangue de brotar antes do corte,
De se fazer à pele sem pudor, corando a pedido.
A Ana fica nestas guerras acompanhando Ferreira Torres?
A Ana dança na mesma banca de Felgueiras?
A Ana não se inclui nas fórmulas de Cavaco?
A Ana meninos dança. A Ana não cai porque dança.
A Ana quer a Câmara da Guarda e depois uma Presidência.
Sempre um pouco mais. Sempre além onde a virtude
Paga imposto e a maledicência arrepia.
A Ana lá estará com seu bando competente
Assacando lugares pedidos, funções exigidas.
Aqui a dança são negócios de cabeças.
Conta-se e dança-se e não se sai.
Ana é a Santana da Guarda mas não cai.
Onde irás Ana se o Santana tropeça?
Sei que a Ana se vinga, sei de projectos sem conteúdos
Ideias desnudas, arrogâncias infindas.
A Ana não é mansa e quer tudo.
Penso que a Ana se concorre agora tomba.
Tomba porque o tempo é outro e ela não nota.
Não nota porque a inocência da cultura cega.
Cega porque a intolerância é um grande nevoeiro.
E chega ao fim da estrada e bumba
Que fará a Ana se o Santana tropeça?
Por: Diogo Cabrita