Álvaro recusa falar em tabu, nem gosta da palavra, mas tem ajudado a alimentá-lo ao não esclarecer se se recandidata à Câmara da Guarda ou concorre em Coimbra. E também não foi no jantar comemorativo dos três anos de mandato, na passada quarta-feira, que desfez as dúvidas, antes pediu calma: «Este não é o meu tempo, até março cá estaremos para dizer o que vai acontecer. Por isso não há tabu, há é trabalho», afirmou o presidente eleito em 2013.
Perante cerca de 500 pessoas, Álvaro Amaro recordou o trabalho feito, abordou a polémica do corte de árvores no parque municipal, pedindo ao grupo de cidadãos que retire a providência cautelar, os apoios às Juntas de Freguesia, a requalificação de estradas municipais e as esculturas nas rotundas. O presidente aproveitou ainda o momento para anunciar que o município está disposto a comprar o Hotel Turismo. «A Câmara tem dinheiro para isso se o Governo da “geringonça” não o quiser por em hasta pública e não aparecerem privados ou construir a escola de hotelaria a que se comprometeu», sublinhou. Álvaro Amaro falou também no investimento da empresa JOM na antiga Gartêxtil para partilhar uma confidência do empresário: «Ele disse-me que esteve na Guarda há oito anos e que a Câmara da altura lhe propôs um terreno na plataforma logística a 20 euros o metro quadrado. O senhor foi-se embora e foi investir na Covilhã e em Castelo Branco. Hoje voltou, que bela prenda dos meus três anos de mandato», regozijou-se.
O autarca social-democrata, que falou pouco mais de uma hora, sublinhou também que «a Guarda está na moda», encontrando-se agora no «radar do investimento, do conhecimento e da ação», mas continua a ser «um diamante por lapidar». Nesse sentido, avisou que, «aconteça o que acontecer [seja ou não candidato], a Guarda não pode voltar atrás, isso seria um ato de lesa história». Álvaro Amaro lamentou também que o PS não seja oposição. «Eu queria ter oposição, estou a ser sincero, porque somos tanto melhores quanto melhor for a oposição. Mas não é esse o caso, hoje o PS não apresenta alternativas, opções. A sua via é sempre o não, o voto contra ou a abstenção», declarou o edil, assumindo que «trabalho, disciplina, gestão, dedicação, pensamento e negociação» são as palavras-chave do seu mandato.
Luis Martins