Cerca de 200 alunos da Universidade da Beira Interior (UBI) participaram, na semana passada, numa acção de protesto em frente ao Pólo IV, também conhecido por Ernesto Cruz, cuja entrada principal foi simbolicamente encerrada com panos negros. As «deficientes condições» da biblioteca, a «má qualidade da comida» na cantina e o facto dos bolseiros terem que se deslocar aos serviços de Acção Social, no lado oposto da Covilhã, para receber a bolsa são alguns dos motivos do descontentamento dos estudantes.
A acção, que contemplou um churrasco à hora de almoço, foi organizada pelos núcleos de estudantes das licenciaturas leccionadas naquele edifício (Economia, Gestão, Marketing e Sociologia). Fernando Jesus, presidente da Associação Académica (AAUBI), frisa que o imóvel foi desenhado para acolher mil estudantes, mas nesta altura já tem mais de 1.200, cerca de um terço do total dos estudantes da instituição. «São necessárias mais salas e um novo espaço para a biblioteca», reclama, considerando que também são precisos mais gabinetes para docentes, pois «actualmente, chega a haver quatro ou cinco num só». Para o líder da AAUBI, a universidade decidiu «apostar nas Ciências da Saúde ao longo dos últimos anos. Não somos contra isso, porque foi uma mais-valia para a instituição, mas as outras unidades não podem ser descuidadas e é o que tem vindo a acontecer». Um cenário que motiva algumas queixas: «Não há igualdades de oportunidades entre os alunos da UBI. Se há condições para uns, também tem que haver para os outros», reclama Vítor Pereira, do UBINEEC – Núcleo de Estudantes de Economia.
Confrontado com as críticas, o reitor da UBI garante saber que a capacidade do Pólo IV está «no limite, mas não há falta de salas, desde que os horários programados sejam cumpridos». De resto, para Santos Silva, «muitas das questões colocadas pelos alunos não fazem sentido», reconhecendo, porém, que, tanto na biblioteca, como noutras salas, «pode haver determinadas alturas do ano lectivo em que os alunos as deixam lotadas». Contudo, frisa que «de uma forma geral, têm uma baixa taxa de utilização média». Entretanto, a UBI candidatou a recuperação de um edifício contíguo a fundos de apoio, «mas não foi atribuída nenhuma ajuda», daí que o imóvel esteja a ser recuperado «à medida que há disponibilidade». A expectativa é poder mudar, para o ano, pelo menos, a biblioteca do pólo IV para aquele espaço.
Ricardo Cordeiro