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Alunos da Estação em instalações “emprestadas”

Para usufruírem das actividades extracurriculares previstas pelo novo programa do Ministério da Educação

Este ano, o regresso às aulas trouxe muitas novidades. Com o “Programa de generalização do ensino do inglês nos 3º e 4º anos e de outras actividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo do ensino básico”, promovido pelo Ministério da Educação (ME), todos os alunos das EB1 têm direito a actividades extracurriculares. Mas nem todas as escolas estão preparadas para estas mudanças. É o caso da primária da Estação, já que os alunos vão ter aulas de Música, Educação Física, Expressão Plástica, Inglês ou Informática em instalações “emprestadas”, nas proximidades daquele estabelecimento de ensino. Isto, porque a escola está sobrelotada.

Foi no primeiro ciclo que incidiram as principais alterações do ME. A começar pelo prolongamento do horário das escolas primárias, uma medida generalizada este ano e destinada a oferecer às crianças duas horas diárias de actividades não obrigatórias. Em muitas escolas, as actividades extracurriculares começaram na passada segunda-feira, mas só deverão estar a funcionar em pleno a partir de 16 de Outubro, segundo o prazo definido pela tutela. Na EB1 da Estação as actividades arrancam hoje. Só que, ao contrário da maioria, não vão ser leccionadas nas suas instalações, repartindo-se antes pela sede da Junta de Freguesia de São Miguel e pelo antigo ATL (Actividades de Tempos Livres), junto à Igreja da Estação. «Não tínhamos condições para desenvolver as actividades extracurriculares nas nossas instalações», confirma a directora, Maria José Mendonça. Para piorar a situação, os alunos aumentaram este ano lectivo, sendo actualmente 228, apesar de manterem o número de turmas do ano transacto (11). À maioria dos quais vai ser necessário ensinar Expressão Plástica, Educação Física, Inglês e Música, assim como Informática (só para os mais crescidos). «E os professores vão supervisionar essas actividades», adianta a docente. «Já estão inscritas algumas crianças e outras ainda estão dependentes dos horários», justifica.

Maria José Mendonça considera que esta foi a melhor solução. Até porque a normativa prevê que estas actividades decorram nas próprias escolas, instalações municipais ou ainda em colectividades desportivas e culturais próximas dos estabelecimentos de ensino, com transporte assegurado nos trajectos mais longos. Recorde-se que, no final do último ano lectivo, “O Interior” já tinha alertado para a sobrelotação das escolas na freguesia de São Miguel, nomeadamente na primária da Estação, a maior do concelho. Na altura, na Assembleia Municipal, o presidente da Junta, João Prata, recordou a «obrigação» da autarquia em fazer uma nova escola do 1º Ciclo. «A escola da Estação sofreu pequenas obras de cosmética há uns anos, as quais já nem se notam, pelo que é preciso substituí-la urgentemente por uma nova», sugeriu, lembrando que a Câmara já tinha anunciado, em 2001, a intenção de construir uma nova primária na freguesia. Só que nada foi feito. Até ao fecho desta edição não foi possível obter qualquer comentário do vereador com o pelouro da Educação, Vergílio Bento.

Patrícia Correia

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