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Alimentos Geneticamente Modificados – “Admirável Mundo Vegetal”

mitocôndrias e quasares

Quando Aldous Huxley construiu o seu Admirável Mundo esqueceu-se de incluir, na sua fábula, as plantas. Contudo, nos últimos anos, o aparecimento de plantas, nomeadamente para consumo, a partir da modificação genética tem sofrido uma enorme evolução. Assim sendo, a modificação genética é uma das mais recentes tecnologias aplicadas na produção alimentar com o intuito de obter características desejáveis, não só para aumentar a produção, mas também para melhorar determinadas características dos produtos.

Primeiros passos…

O “big-bang” da engenharia genética ocorreu em 1983, quando os cientistas deram um grande passo na produção de alimentos geneticamente modificados com a aplicação desta tecnologia aos produtos de origem vegetal.

Desde 1994, com a introdução no mercado do primeiro alimento geneticamente modificado – o tomate com o tempo de vida prolongado – muitos outros alimentos de origem vegetal têm sido modificados, de modo a conferir-lhes novas características desejadas pelo Homem.

Nos últimos anos, tem-se assistido a um crescimento exponencial da produção deste tipo de alimentos e à sua integração na cadeia alimentar humana.

Modificação Genética

A indústria da biotecnologia tem procurado apresentar os alimentos geneticamente modificados como produtos tão seguros quanto os alimentos convencionais. No entanto, ainda não é certo que não existem riscos para a saúde relacionados com os alimentos manipulados pela engenharia genética, Este facto, impede a rápida proliferação dos alimentos um pouco por tudo o mundo. A resistência a antibióticos é, um dos aspectos mais preocupantes quando falamos de alimentos geneticamente modificados para consumo humano. A introdução de genes resistentes a determinados antibióticos em alimentos impossibilita a utilização destes medicamentos no combate a doenças, uma vez que não vão ter o efeito desejado no organismo humano.

Há séculos atrás, o filósofo Lucretius disse que “o alimento para um pode ser um veneno para outro” sendo este o caso das alergias alimentares.

As alergias alimentares são respostas anormais do sistema a substâncias, usualmente proteínas, de determinados alimentos. Daí, que ao modificar geneticamente os alimentos, introduzindo novos genes, são produzidos alimentos que possuem na sua composição proteínas alergénicas, Estas desencadeiam reacções alérgicas em indivíduos, sem que este saibam que estão a ingerir estas proteínas, uma vez que exteriormente estão a ingerir o mesmo alimento de sempre que não provoca nenhuma reacção alérgica, mas interiormente este alimento apresenta a modificação genética que provoca a reacção alérgica.

Avaliação da segurança

No início dos anos 90, várias indústrias internacionais e organizações governamentais trabalham na criação de estratégias para a avaliação da segurança dos alimentos geneticamente modificados. Para realizar esta avaliação utiliza-se a equivalência substancial.

Esta estratégia consiste na determinação das semelhanças e diferenças entre os alimentos geneticamente modificados e o seu semelhante tradicional através da quantificação da concentração dos constituintes chave dos alimentos geneticamente modificados.

Este método parte do princípio que se o alimento convencional tem uma longa história de uso seguro e é considerado quantitativamente igual ao alimento geneticamente modificado, então fica provada a segurança deste último.

Resta saber se os alimentos biotecnológicos cumprirão a promessa de eliminar a fome do mundo e melhorar a vida de todos.

Por: António Costa

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