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«Alguém está a levantar ondas onde não existem»

João Casteleiro desmente que haja falta de médicos na Maternidade da Covilhã

João Casteleiro desmentiu categoricamente a existência de quaisquer problemas no funcionamento da Maternidade da Covilhã. Perante alguns rumores de que haveria dificuldades na elaboração das escalas de serviço, após a baixa, por motivos de doença, do director clínico da instituição e obstetra, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) garante que não faltam médicos na unidade.

«Temos nove obstetras e muitos mais se forem necessários. Se precisarmos de mais seis nos próximos tempos vamos tê-los», assegurou o director do CHCB, na semana passada, à margem das cerimónias do sétimo aniversário da unidade hospitalar. No entanto, João Casteleiro não quis revelar aonde irá buscar esses médicos, insistindo antes que, «a nível de pessoal, não há, nem nunca houve, problema nenhum» para fazer as escalas de serviço. «Alguém está a levantar ondas onde elas não existem», afirmou, considerando que a Maternidade da Covilhã é «a melhor em toda a zona interior», tanto em «qualidade dos serviços», como do pessoal, equipamentos e instalações, sublinhou. De resto, o regresso ao trabalho de João Gomes, director clínico do CHCB, já estava previsto para esta semana, depois de ter sido sujeito a uma intervenção cirúrgica. O possível encerramento de maternidades e o Centro Hospitalar da Beira Interior foram dois assuntos que João Casteleiro não abordou no seu discurso da sessão solene, isto porque são «questões polémicas» a desenvolver «noutro âmbito».

Reconhecendo tratar-se de «dois grandes desafios» para o Pêro da Covilhã, o médico salienta que o hospital está «sempre disponível a aliar-se com toda a gente, de modo a haver uniões simbióticas que sejam boas para todos». Aliás, considerou mesmo que «é muito mais aquilo que nos aproxima do que o que nos divide». Por isso, acredita «sempre» num entendimento com os hospitais da Guarda e Castelo Branco, até porque não é «dos que criticam os outros por criticar. Os que defendem a sua instituição, têm alguma razão para o fazer. Temos é de entrar num plano de entendimento solidário com todos e penso que esse é o principal problema», considera. Quanto às maternidades, «está tudo como dantes», sendo que a decisão terá que ser validada pelo Ministério da Saúde e o Governo. Já em relação à criação do Centro Hospitalar da Beira Interior, que vai juntar os hospitais da Covilhã, Fundão, Guarda e Castelo Branco, João Casteleiro admite que não possa ficar concluída este ano: «Há um entendimento entre as administrações, só que estas coisas não se decidem só no terreno, mas também nos ministérios», refere. Por outro lado, o director do CHCB disse ter a garantia do presidente da Administração Regional de Saúde do Centro que nenhum hospital perderia as suas valências actuais. «É um ponto assente», acredita.

CHCB reduz passivo de 12 para sete milhões de euros

Director do Pêro da Covilhã enaltece a capacidade de atracção de médicos da instituição

O Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) diminuiu o seu passivo em cerca de cinco milhões de euros em 2006, sendo actualmente o défice na ordem dos sete milhões. O anúncio foi feito na semana passada pelo presidente do conselho de administração, João Casteleiro, durante a cerimónia de comemoração do sétimo aniversário da instituição.

Trata-se de uma diminuição «significativa», conseguida «graças ao bom trabalho conjunto de todos os profissionais», enalteceu. Contudo, frisou que «não deixámos de tratar os doentes como devem ser tratados», sendo que os resultados financeiros são reflexo do «entendimento entre todas as pessoas que trabalham no Centro Hospitalar». Durante a cerimónia, João Casteleiro destacou o facto do CHCB estar «entre os melhores, segundo um “ranking” que não encomendámos, nem divulgámos, mas também não o desvalorizámos como outros fizeram», disse. Recorde-se que o Pêro da Covilhã foi considerado, num estudo divulgado em Novembro do ano passado pela revista “Sábado”, o quarto melhor hospital do país. No discurso, o médico destacou a crescente capacidade demonstrada pelo CHCB em atrair novos profissionais, dispondo agora de 143 médicos contra os 96 radicados em 2002, com destaque para a entrada de 25 novos internos «não só da nossa faculdade, mas também de outros pontos do país», adiantou. Ao todo, a unidade contava no final de 2006 com 1.319 funcionários. A cerimónia ficou ainda marcada pela entrega dos certificados de certificação de qualidade (ISO 9001:2000) aos laboratórios de Anatomia Patológica, Imunohemoterapia e Patologia Clínica.

Ricardo Cordeiro

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