A iniciação precoce das línguas estrangeiras está cada vez mais em voga na Europa. Na realidade, a mobilidade crescente das pessoas de um país para outro evidencia a necessidade de aprender, cada vez mais cedo, uma ou várias línguas estrangeiras, daí o ensino das línguas vivas ocupar um lugar cada vez mais importante no 1º Ciclo do Ensino Básico e até no Jardim de Infância. O seu estudo precoce é deveras muito importante na medida em que contribui para o enriquecimento da personalidade da criança e para o desenvolvimento do seu sentido social, ajudando-a a reconhecer outros modos de vida, outra cultura e a respeitar os outros pelas suas diferenças.
A idade ideal, segundo M. Isabel Oliveira Baptista e J. O. Strecht Ribeiro (1992), para iniciar a aprendizagem de uma língua estrangeira é por volta dos 5/6 anos de idade, uma vez que acreditam que « (…) diminuindo a plasticidade do cérebro torna-se difícil a fluência na Língua Estrangeira ou pelo menos a sua aquisição com uma pronúncia aceitável para os falantes dessa língua (…) » No entanto, a nossa experiência pessoal nos tem demonstrado que esta pode ser alargada até aos 8/9 anos de idade.
Pensamos, no entanto, serem poucas as crianças que sintam, na sala de aulas, a necessidade de falar outra língua, para além da sua própria língua materna. É por esta razão que julgamos fundamental utilizar uma metodologia de ensino que as motive através da sensibilização e do próprio acto comunicativo, embora a escolha de aprender outra língua caiba, muitas vezes, à família e à escola. O próprio Estado e os pais deveriam reflectir sobre o assunto, de forma a responder às novas necessidades das crianças de hoje, “cidadãos europeus” e “cidadãos do mundo” de amanhã.
Neste sentido, o livro do aluno Alex et Zoé et compagnie 1, destinado a crianças a partir dos 7 anos de idade, procura levar a criança ao despertar do interesse pela aprendizagem lúdica da língua francesa, propondo numerosas actividades manuais, relacionadas com o jogo, o canto, o conto, as lengalengas, a mímica e a bricolagem, tentando colocar as crianças em situações autênticas de comunicação que retratem os interesses das suas idades. É um livro muito colorido, repleto de desenhos e fotografias, que coloca em cena personagens muito alegres e que perpetuam o imaginário dos contos de Charles Perrault. Os seus objectivos são muito variados desde a sensibilização até à aprendizagem, pretendendo iniciar a criança no ensino da língua, da civilização e da cultura francesas tendo em conta, antes de mais, o seu quotidiano, os seus interesses e imaginário. Quanto à construção frásica e ao vocabulário, são apresentados progressivamente e em contextos lúdicos. No entanto, e com o apoio da banda desenhada, tenta ainda introduzir, de forma adequada (e ajustada), uma escrita simples e funcional, embora privilegiando sempre a realização oral.
Alex et Zoé et compagnie 1 é também acompanhado de cassetes áudio, que favorecem a aquisição de uma pronúncia e entoação correctas do francês, e a concentração da criança, graças às vozes encantadoras de seis crianças francesas com as quais as crianças portuguesas se podem facilmente identificar. Inclui também um guia pedagógico muito completo e rico, apresentando uma grande diversidade de actividades de compreensão e expressão orais e escritas, muito fácil de usar, que permite a qualquer docente ou pais interessados iniciar a criança no ensino do francês língua estrangeira de uma forma lúdica.
Por: Manuela Perestrelo