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Alé&Olé Duo, da Guarda para o mundo

Dueto é composto por dois professores do Conservatório da Guarda que juntam a música clássica aos ritmos latinos da Colômbia

Foi há seis anos que Alé&Olé Duo tocaram os primeiros acordes juntos. O dueto nasceu na Guarda mas mostrou-se primeiro ao mundo. A sua primeira apresentação aconteceu na cidade mais alta no sábado, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, onde apresentaram também o livro “Concerto” para Violino e Guitarra. São Pedro Ospina, colombiano, e Olena Sokolovska, ucraniana, que dão vida a este projeto de «amor pela música», como os próprios definem.

A música sempre fez parte das suas vidas e foi também ela que sempre orientou as decisões dos dois músicos e que os trouxe para Portugal. Olena Sokolovska, toca violino, deixou a Ucrânia há16 anos para percorrer Portugal de lés as lés a tocar em orquestras. Mais tarde, «acabei por me dedicar a dar aulas, uma forma de reduzir o ritmo», foi aí que a cidade mais alta passou a ser a sua casa, «há já 12 anos». Já Pedro Hispano, com a sua guitarra, trocou a Colômbia pela cidade espanhola de Salamanca. Há cerca de sete anos soube de uma vaga no Conservatório São José da Guarda e candidatou-se. Hoje é ali professor, tal como Olena Sokolovska. Foi lá que se encontraram «por acaso». Daí à criação dos Alé&Olé Duo não demorou muito. Mais uma vez a música a fazer o seu trabalho e a ter um papel determinante nas suas vidas. «Gosto muito de música de câmara e este foi o caminho para nos encontrarmos», afirma Olena. Logo de início os dois perceberam que tinham gostos em comum: «Começámos a partilhar músicas e opiniões», recorda Pedro. Foi a «paixão pela música» que deu o início, «mas as coisas foram-se expandindo e vimos que partilhávamos algumas ideias».

A escolha do nome do projeto foi simples e resulta «dos nossos nomes»: “Alé” de Alejandro, o segundo nome de Pedro, e “Ole” de Olena. Sempre com base na música tradicional colombiana, juntam a música clássica de autor com alguns originais, o reportório ganhou forma «também com base nas nossas experiências», e foram as mesmas experiências que deram origem ao livro. Não é fácil encontrar peças com partituras para guitarra e violino e agora esta obra vem dar essa resposta. Procuram «peças melódicas, harmónicas e sentimentais que entrem no ouvido», sem deixar de ser fiéis à obra original do compositor. «Quisemos alterá-las o menos possível». Mas ao mesmo tempo querem estimular a criatividade, tentando «fugir ao normal e fazer diferente», afirmam.

Ao longo destes anos tem sido fora de Portugal que se têm apresentado, «já tocámos por vários sítios, mas aqui nunca são muito públicas», dizem. É sobretudo na Colômbia que se mostram ao público. Por este ser o país de Pedro e é de lá que vem muita da sua inspiração para fazer música, indo buscar «ritmos muito diferentes». No sábado foi o primeiro concerto na Guarda e não sabiam como o público iria reagir, «podemos ter uma expetativa, mas naquele momento não sabemos como será», diz Pedro. Mas no final «foi bom ver que o público teve uma reação positiva». No momento em que tocam o «foco são as obras e tentamos integrar todos os elementos». Olena explica que «cada música é uma história e é necessário transmitir tudo através da linguagem musical».

Nos próximos dia a aventura será em Barcelona, onde vão fazer trabalho de produção, quando regressarem a aposta será promoverem-se em Portugal e Espanha. A Guarda vai continuar a fazer parte do projeto «foi aqui que nasceu e por enquanto é por cá que queremos ficar».

Ana Eugénia Inácio Olena Sokolovska, no violino e Pedro Ospina, na guitarra

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