A Junta de Freguesia de Aldeia Viçosa, no concelho da Guarda, apresentou na passada segunda-feira um plano estratégico que visa uma aposta mais forte no sector do turismo. Entre as propostas contempladas encontra-se um Centro Interpretativo do Azeite, a construção de um “resort de montanha”, uma pista de pesca, uma ecopista, a qualificação da rede de caminhos rurais para a prática de desportos de montanha e a melhoria das condições da praia fluvial.
O plano encomendado pela Junta assenta na “Rota do Vale do Mondego”, que abrange ainda as freguesias de Aldeia Viçosa, Cavadoude, Faia, Mizarela, Pêro Soares, Porto da Carne, Sobral da Serra, Vila Cortês e Vila Soeiro. O “resort de montanha” vai ser criado na entrada da freguesia, no sentido de quem vem do Porto da Carne, em cerca de 54 mil metros quadrados, contemplando 21 «apartamentos com características de montanha», indica o presidente da Junta. «Não são daqueles “resorts” de grande luxo, mas penso que será fundamental essa infraestrutura vir para o Vale do Mondego», realçou Baltazar Lopes. Sem querer adiantar muitos pormenores sobre o investidor, disse apenas que «quem vai construir o “resort” é um industrial que tem quintas na Aldeia Viçosa e brevemente irá fazer a apresentação pública do projecto». O autarca salientou que «entendemos que seria a altura para se começar a fazer um esboço dos projectos turísticos que queremos para o Vale do Mondego», frisando que «não pensamos só na freguesia», mas sim no «global» porque a Rota do Vale do Mondego «é uma coisa única na região que temos de aproveitar», esperando que a Câmara da Guarda e as outras entidades «nos ajudem para que seja uma realidade num curto espaço de tempo».
Adelino Barreiros, arquitecto da “Mais Espaços, arquitectura”, empresa responsável pela elaboração do «esboço estratégico», feito a pedido da Junta de Freguesia, sublinha que o estudo se baseou no Plano Estratégico Nacional para a área do Turismo, tendo-se verificado uma «lacuna na região que é a ausência de resposta de resorts de montanha».
O arquitecto indicou que «estamos a desenvolver um projecto junto de um privado muito objectivo com um estudo de viabilidade que visa a criação a curto prazo dessa infraestrutura». Por seu turno, o presidente da autarquia da Guarda assegurou que a Câmara «irá apoiar este e outros projectos que estejam inseridos dentro do Plano Estratégico para o Turismo principalmente na área ambiental e turismo da natureza». «É um sector de desenvolvimento que está identificado como estratégico para estas regiões, potenciando os produtos endógenos do Vale do Mondego, entre outros e se calhar o mais importante o azeite, mas pode haver ainda outros produtos a dar sustentabilidade ao turismo que se desenvolva em espaço rural e concretamente em torno da água, aproveitando o Rio Mondego».
Já o Centro Interpretativo do Azeite – Museu Engenheiro Laurentino Agostinho de Almeida vai nascer num antigo lagar da aldeia, encerrado há cerca de doze anos e que foi doado pela família Almeida Tonico. Baltazar Lopes salientou que a Junta pretende realizar as obras mediante a apresentação de uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), desconhecendo ainda o montante do investimento a realizar. O objectivo é transformar aquele espaço em algo que seja «mais do que um museu», sendo que «não deixará de ter a vertente de museu, mas as pessoas vão ter oportunidade de ver como se fazia antigamente o azeite e como as máquinas funcionavam», aguardando que a obra «esteja em andamento dentro de pouco tempo». Por seu turno, Joaquim Valente enalteceu a intenção da Junta de Aldeia Viçosa em avançar com a ideia do Centro Interpretativo do Azeite, que será o primeiro a ser criado no concelho. Quando o projecto estiver concretizado, permitirá «potenciar recursos que já existem, tirando ganhos para a economia e para a sustentabilidade das populações», salientou o edil.
Ricardo Cordeiro