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Aldeia SOS da Guarda tem um novo director

Guardense, psicólogo, 30 anos, Luís Leitão ocupa o lugar deixado por Maria do Carmo Correia em Agosto passado

Luís Leitão é o novo director da Aldeia SOS da Guarda. Licenciado em Psicologia, este guardense tomou posse na última segunda-feira, ocupando o lugar deixado por Maria do Carmo Correia, que se demitiu em Agosto passado após 17 anos ao serviço de mais de 60 crianças, oriundas de famílias carenciadas e com problemas sociais. Depois de aproximadamente dois meses sem ninguém ao “leme” de uma das três únicas Aldeias SOS do país (as outras situam-se em Vila Nova de Gaia e no Estoril), este jovem psicólogo, de 30 anos, natural da Guarda, tem a «total confiança» da direcção nacional das Aldeias SOS.

Pelo menos, foi essa a garantia dada por Manuel Matias, satisfeito com o facto de se iniciar agora uma «nova era», composta por alguns colaboradores antigos e uma equipa nova, que vem dar um «novo fôlego» e uma «nova esperança» a um projecto «de todos nós». Apesar de se tratar de uma estrutura mais voltada para o acolhimento e a garantia de bem-estar de crianças e jovens com carências e problemas sociais, ela também serve para acolher algumas mães e dar apoio a outras mães sociais que estas casas têm. O presidente do Conselho Directivo da Associação das Aldeias SOS de Portugal disse esta semana na Guarda que agora há condições para que a casa do Rio Diz ganhe um novo rumo, já que, recorde-se, foi e está a ser alvo de uma investigação levada a cabo pela Polícia Judiciária por alegados maus-tratos dentro da instituição, ainda no tempo de Maria do Carmo e António Correia.

De resto, Manuel Matias elogia o novo chefe da Aldeia da Guarda, bem como a equipa «extraordinária» de mães que com ele vai trabalhar, além de um casal que vem da zona de Castelo Branco para dar apoio ao lar de jovens, que «também precisa de uma orientação». Todavia, a liderança do grupo passa pelo psicólogo Luís Leitão, a quem Matias reconhece qualidades, já que era «importante» ter uma pessoa com um «certo grau de maturidade», mas que possuísse simultaneamente «um “background” na área da psicologia e das ciências da educação, pois o nosso objectivo é apostar no projecto pedagógico de cada Aldeia SOS», explica o presidente. Apesar da insistência, não foi possível obter, até à hora do fecho desta edição, qualquer declaração de Luís Leitão. Para já, Manuel Matias quer aguardar serenamente o resultado da investigação que a PJ ainda está a desenvolver (recorde-se que o caso foi despoletado em Abril passado), já que internamente a inspecção não terá valido de nada. «Do nosso lado, tudo aquilo resultou em algo inconclusivo a nível de factos que poderão ser ou não comprovados», explica o responsável. Recorde-se que Maria do Carmo Correia deixou a Aldeia SOS no final deste Verão, garantindo a “O Interior” que partiu com a consciência «absolutamente» tranquila e que a sua saída não tem a ver directamente com a investigação, da qual afiançou não ter «qualquer» resposta ou saber sequer se «existe alguma», mas somente com uma questão pessoal.

Rita Lopes

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