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Alcarva fica na Mêda

Apesar do chumbo do abaixo-assinado, anexa de Ranhados continua a preferir o município de Penedono

A população de Alcarva continuará a pertencer à freguesia de Ranhados, no concelho de Mêda. O abaixo-assinado subscrito pela população em 2004 para reclamar a integração da localidade no município de Penedono, já no distrito de Viseu, foi chumbado.

Segundo o presidente da Junta de Freguesia de Ranhados, o documento teria que ser aprovado pela Assembleia e Junta de Freguesia de Ranhados e pela Câmara e Assembleia Municipal de Mêda, o que não aconteceu. «A não aprovação da mudança de concelho já se previa desde o início, pois houve uma má organização dos signatários, existindo, inclusive, assinaturas de pessoas com menos de 18 anos no documento», referiu José Filipe Azevedo. O autarca salienta, de resto, que tal pretensão «não se justificaria» porque, para além do baixo número de residentes em Alcarva, a mudança iria interferir com duas freguesia, dois concelhos e dois distritos. Quem está descontente com este desfecho é Joaquina Alves, embora confesse que já esperava aquela decisão. A habitante de Alcarva considerou que «não vale a pena avançar com propostas porque a povoação não tem poder nem o conhecimento necessário para defender aquilo que quer». A proximidade é o principal argumento que explica a preferência dos moradores pelo concelho de Penedono, que dista cerca de cinco quilómetros de Alcarva. No entanto, há quem prefira Penedono também pela sua «eficiente prestação de serviços, nomeadamente ao nível de cuidados de saúde», indica outro residente.

Independentemente de Alcarva continuar a pertencer ao concelho da Mêda, as pessoas permanecem divididas. Alguns habitantes explicam que apenas de deslocam à nóvel cidade para resolver assuntos que somente ali podem ser tratados. De resto, as viagens de cerca de 16 quilómetros são dispensadas. José Filipe Azevedo adianta que continua a defender o bem estar da população e, nesse sentido, a antiga escola primária de Alcarva abre portas, uma vez por semana, a fim de atender os habitantes que necessitem de resolver determinados problemas, evitando uma deslocação à Junta de Ranhados. O êxodo rural é um facto inevitável. A aldeia tem apenas algum movimento durante o mês de Agosto com o regresso dos casais mais novos que imigraram. «No resto do ano Alcarva tem poucos habitantes, a maioria idosos», refere um morador, para quem a localidade está “parada” há muito tempo e assim vai continuar, pois «não há cá nada para fixar a população».

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