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Águas do Zêzere e Côa quer distribuir directamente a água

Sérgio Hora Lopes considera que há municípios que têm tarifas «muito baixas»

A Águas do Zêzere e Côa (AdZC) poderá vir a ser a distribuidora directa de água aos consumidores, deixando as autarquias de serem intermediárias. A viabilidade do processo está a ser estudada e tudo aponta para que no final do ano surjam os primeiros resultados.

Segundo Sérgio Hora Lopes, presidente do Conselho de Administração da AdZC, na sequência de várias reuniões, em que foi apresentada a proposta aos municípios, «todos se mostraram interessados em que a questão fosse estudada». Nesse sentido, o responsável espera que até ao final do ano o estudo esteja pronto e que, então, as Câmaras decidam. Os estudos irão passar, nomeadamente, pela viabilidade económica-financeira da proposta, já que um dos possíveis impactos desta medida poderá vir a ser o aumento das tarifas. «Quando nós falamos em aumentar a água e se fala em percentagens muito elevadas, nós temos que ver qual é a base e na nossa região há situações muito diferentes», refere o presidente. Isto porque, segundo Sérgio Hora Lopes, «há municípios que têm tarifas razoáveis», enquanto outros têm tarifas «muito baixas», no entanto, argumenta que este acréscimo «é um caminho que vai demorar algum tempo, mas que tem de ser feito». O responsável afirma mesmo que, em alguns concelhos, «os preços da água estão tão baixos que se aumentassem 100 por cento continuariam baixos», já que os custos da captação e tratamento das águas se tornaram extremamente elevados.

Sérgio Hora Lopes defende, também, que «tem que ser decidido se o consumidor paga o custo real do serviço que lhe é prestado directamente ou o continua a fazer através de impostos» e que a tarifa «não tem de ser necessariamente muito alta», mas terá que «satisfazer as necessidades da sustentabilidade financeira». Contudo, o administrador considera que as autarquias Câmaras «vão continuar a ter um papel chave» na resolução desta questão. «As Câmaras, seja qual for o modelo futuro, têm a possibilidade de fazer reflectir nas suas populações a problemática social, criando mecanismos de apoio a idosos, a famílias numerosas, é sempre possível encontrar mecanismos de compensação para que a água não se torne demasiado cara», defende. No entanto, sublinha que a decisão só será tomada após o estudo estar concluído e que as autarquias poderão decidir não adoptar este sistema.

Actualmente, a AdZC abastece 16 municípios: Aguiar da Beira, Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Pinhel, Penamacor, Manteigas, Mêda, Oliveira do Hospital, Sabugal e Seia.

Tânia Santos

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