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Agostinho da Silva é delegado distrital do SPZC

Professores

Com 52 anos, Agostinho da Silva é professor de Artes no Agrupamento de Escolas da Sé, na Guarda, e assumiu recentemente a função de delegado distrital do Sindicato de Professores da Zona Centro (SPZC).

O dirigente, que sucede Asdrúbal Lero no cargo, sublinha que a ideia de que quem está nos sindicatos «não faz nenhum» está errada: «Nestes 15 dias, eu já percebi que isso não é verdade. Se nós quisermos mudar e trabalhar temos muito por onde», reforçou Agostinho da Silva. Exigir a reposição de salários e o descongelamento das progressões na carreira, criar um regime especial de aposentação, reintroduzir o sistema de 35 horas de trabalho semanal e reivindicar a extinção do regime de requalificação profissional dos docentes são cinco das 44 medidas que constituem a carta de direitos para os educadores e professores «por condições de trabalho dignas» do SPZC. Em conferência de imprensa, realizada na segunda-feira, o delegado distrital admitiu que gostava de ver «grande parte das nossas reivindicações tornarem-se realidade nos próximos tempos», mas considerou que não será fácil.

«Uma coisa que me angustia é a profusão de sindicatos de professores. Quantos mais houver mais divisão há entre a classe e menos objetivos se conseguem cumprir», lamentou o docente, segundo o qual o SPZC é um «sindicato moderado» que não deixará de «bater o pé quando for preciso». O sindicalista lembrou também que o ensino no interior do país está ameaçado: «A sensação com que ficamos é que não tardarão dez anos até que, desde Idanha até Figueira de Castelo Rodrigo, deixemos de ter secundário», avisa Agostinho da Silva. Uma opinião partilhada por Paulo Dias, professor de Física e Química em Seia e coordenador no SPZC, que defende uma «discriminação positiva» para o interior. «Não é justo que as regras para se criar uma turma do ensino profissional, por exemplo, sejam iguais no Porto, Lisboa, Sabugal ou na Idanha», afirmou, dizendo que o trabalho sindical «nunca foi tão importante como agora».

Agostinho da Silva sucede a Asdrúbal Lero

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