A implementação do projecto Agenda XXI local já está em marcha no concelho da Guarda. A apresentação aconteceu na passada sexta-feira, numa sessão em que foram destacadas as potencialidades e as fragilidades do concelho, numa perspectiva de desenvolvimento para os próximos 25 anos.
Trata-se de um diagnóstico feito a partir de um estudo realizado em Março deste ano, coordenado pela empresa Tecnoforma, e que, numa primeira abordagem, destaca a localização estratégica do concelho no contexto da Península Ibérica e as suas potencialidades turísticas como factores-chave por onde deverá passar o desenvolvimento sustentável. De resto, também a Plataforma Logística (PLIE) mereceu destaque positivo, embora Carlos Medeiros, consultor da empresa encarregue de efectuar o retrato do concelho, acredite que o projecto tenha acabado por «cair em descrédito».
A Praia Fluvial da Aldeia Viçosa, a recém-remodelada ETAR de São Miguel, a qualidade do ar certificada, o bom desempenho da Quinta da Maúnça e do Nerga, bem como as boas acessibilidades, foram outros dos pontos elogiados durante a sessão. O próprio comércio tradicional da cidade mereceu nota favorável, embora Carlos Medeiros tenha alertado para o facto da abertura do novo centro comercial poder vir a «constituir uma séria ameaça». Para além disso, e de uma maneira geral, a Guarda aparece também destacada como «uma cidade segura e e com bom ambiente».
Mas nem só os factores positivos tiveram tempo de antena na última terça-feira. Os responsáveis pelo estudo destacaram pela negativa a descaracterização do Centro Histórico, a sinalética turística insuficiente, o fraco aproveitamento do espaço do hospital, «com edifícios a necessitar de obras de intervenção» e o número excessivo de freguesias existentes no concelho. Por outro lado, os autores do estudo crêem, igualmente, que a expansão urbanística da cidade «tem deixado muito a desejar». De realçar ainda que, a partir da passada terça-feira ficou disponível na Internet um Fórum de Desenvolvimento Sustentável, disponibilizado no site da Associação de Municípios da Cova da Beira, em www.amcb.pt. Lurdes Saavedra, vereadora do ambiente na Câmara da Guarda explicou que as conclusões retiradas deste Fórum «servirão de base à fase seguinte» da implementação do projecto Agenda XXI local, que consiste num período de discussão pública das potencialidades e carências do concelho, nas áreas económicas, ambientais, sociais, de conhecimento e inovação. A vereadora frisou ainda que este projecto, elaborado em colaboração com a AMCB, «é um instrumento de gestão muito importante para o futuro», assegurando que o executivo «terá em conta» as suas conclusões.