Arquivo

Agarrar os turistas «pela barriga»

Uma dúzia de restaurantes da Guarda participa no Concurso de Gastronomia “Sabores com tradição” até dia 29

Os pratos tradicionais da Guarda estão em destaque no primeiro Concurso de Gastronomia “Sabores com tradição”, que está a decorrer em 12 restaurantes da cidade até dia 29. Cativar os turistas pelo estômago é o principal objectivo desta iniciativa que tem o conhecido cozinheiro Carlos Capote como presidente do júri.

O concurso pretende «dar a conhecer um dos factores que a Guarda tem de bom e do seu melhor em termos de qualidade e identidade, já que é conhecida além-região pela sua gastronomia», salienta António Saraiva. O responsável pela Agência para a Promoção da Guarda (APGUR), que promove a actividade, garante que é preciso «capitalizar esse factor em termos turísticos, trazendo as pessoas até à cidade e à região, agarrando-as pela barriga». Os restaurantes aderentes foram desafiados a apresentar os pratos característicos da região, o que «não quer dizer que tenham que se limitar» aos mesmos, salienta. No entanto, «queremos capitalizar o que é nosso, desde os nossos enchidos ao nosso cabrito», bem como as refeições confeccionadas «à base de produtos endógenos e que contribuem para a própria economia familiar e regional», acrescenta. Apesar de terem sido convidados 52 restaurantes, apenas 12 aceitaram participar, mas o arquitecto desvaloriza esse dado, sublinhando que «a qualidade não se mede pela quantidade».

No próximo ano, já é certo que o concurso irá decorrer em Outubro e Abril, em períodos «que se coadunam mais com o clima da cidade», adianta António Saraiva. Para «apadrinhar» o evento e presidir o júri, que fará uma refeição sem marcação prévia em cada um dos restaurantes, foi escolhido Carlos Capote. O conhecido cozinheiro, que residiu na Covilhã até aos 10 anos, considera que a Guarda tem um «potencial enorme» em termos gastronómicos: «Com as matérias-primas que aqui existem, carnes, feijão e produtos hortícolas, vamos ter pano para mangas. Mas também depende da imaginação das pessoas, que não devem cingir-se à receita», sugere. A quem aceitou o desafio, aconselhou «esmero para que o concurso se evidencie mais», avisando que o «essencial» na restauração é mesmo «a comida e os sabores». No entanto, «se se puder conjugar boa comida, apresentação do restaurante, asseio, equipamento e o serviço, melhor ainda», evidencia. João Robredo, em representação da ARESP – Associação da Restauração e Similares de Portugal, e a chefe Irene Gonçalves, completam o júri.

Ricardo Cordeiro

Sobre o autor

Leave a Reply