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Administradores da PLIE ganham 500 euros por reunião

Novo Conselho de Administração vai nomear direcção executiva profissionalizada para coordenar o projecto

Apesar de ainda não existir verdadeiramente nem ter receitas próprias, a sociedade Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) decidiu pagar aos seus responsáveis máximos 500 euros por cada participação em reuniões do Conselho de Administração (CA). O montante, a atribuir através de senhas de presença, foi aprovado por unanimidade na última Assembleia Geral da sociedade, realizada na Guarda na passada sexta-feira, a par da decisão de contratar uma direcção executiva e profissionalizada para coordenar o projecto.

O encontro serviu igualmente para nomear o novo CA, a que preside Joaquim Valente, em nome da Câmara, coadjuvado pelos representantes da IPE SGPS, Joalto, Manuel Rodrigues Gouveia e Gonçalves & Gonçalves. Elementos que deverão reencontrar-se em Janeiro para fazer o ponto da situação e escolher, provavelmente, os nomes que vão integrar a futura direcção executiva da PLIE. Esta aposta é explicada por Joaquim Valente como sendo uma forma de «profissionalizar a gestão do projecto, mas também de poder responsabilizar esses gestores». Um órgão intermédio que os sócios da plataforma entendem ser «fundamental» nesta fase do processo, quando os trabalhos de infraestruturação da primeira fase estão quase prontos e é necessário entrar no concorrido mercado da logística. «A tarefa do novo CA é definir qual a estrutura que vai estar permanentemente neste projecto para concretizar o objectivo social da PLIE», acrescenta o autarca e presidente do Conselho de Administração, que remete para meados de Janeiro a indicação dos futuros gestores. Por essa altura serão igualmente conhecidos os primeiros preços dos lotes a alienar, de raíz ou de forma precária. Em termos das primeiras obras na Quinta dos Coviais, a poucos quilómetros da cidade, a sociedade admite que estão adiantadas em relação ao cronograma da empreitada e que já é possível pagar ao consórcio um milhão de euros correspondente à segunda prestação.

Modelar lotes à quota de serviço

«Cerca de 80 por cento das infraestruturas a enterrar já estão implantadas, há lancil colocado, tudo a um ritmo que me surpreendeu», garante Joaquim Valente, admitindo, contudo, que não estarão concluídas até 31 de Janeiro, a data-limite para a conclusão da empreitada por causa da comparticipação financeira do Interreg (3,15 milhões de euros). Esta fase, orçada em 5,3 milhões de euros, consiste na execução dos trabalhos de saneamento, electricidade e telecomunicações. A que acresce mais um milhão de euros para que o consórcio, formado pela Construtora Abrantina e pelas empresas da Guarda, António Rodrigues Leão (ARL) – Construções e António Saraiva & Filhos, possa modelar os lotes à quota de serviço. Situação não prevista na intervenção inicial. Recorde-se que o Plano de Negócios da futura PLIE assenta nesta fase inicial em 32 hectares com construção, divididos por 74 lotes, nove dos quais irão destinar-se prioritariamente à implantação de projectos âncora na área logística. O investimento previsto nesta primeira etapa é de 13 milhões de euros, suportados em 65 por cento nos programas regionais de Economia. No total, o projecto vai ocupar uma área de cerca de 100 hectares, perto da auto-estrada da Beira Interior (A23) e do caminho de ferro (linhas da Beira Baixa e Beira Alta).

A PLIE assenta nas vertentes de tecnopólo, logística, Área de Localização Empresarial (ALE), bem como em serviços de apoio e investigação e desenvolvimento, estimando-se que possa gerar mais de um milhar de postos de trabalho na primeira fase do projecto. É uma sociedade com um capital social de 1,5 milhões de euros e 11 accionistas: Câmara Municipal, NERGA, Associação de Comércio e Serviços do Distrito da Guarda (ACG), Ecosoros, Gonçalves & Gonçalves, IPE-Investimento e Participações Empresariais, grupo JOALTO, grupo Luís Simões, LUSOSCUT (concessionária da A25 auto-estrada das Beiras Litoral e Alta), Manuel Rodrigues Gouveia e SERVIHOMEM-Prestação de Serviços a Empresas. A estrutura accionista continua à espera de ser reformulada, nomeadamente com a entrada de uma entidade financeira e com “know-how” neste sector, para além do interesse já manifestado pelo Conselho Empresarial do Centro (CEC) e pela Associação Portuguesa para o Investimento (API) em aderir ao projecto guardense.

Luis Martins

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