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Adjudicada requalificação do Hospital de Seia

Empreitada do Nossa Senhora da Assunção foi entregue por 6,2 milhões de euros, menos 800 mil euros que o preço base do concurso

O Ministério da Saúde autorizou, na última quinta-feira, a ampliação e remodelação do Hospital de Nossa Senhora da Assunção. A decisão já foi saudada pela autarquia, que classificou o acontecimento de «histórico», pois a construção do «novo hospital vai criar novas e melhores condições de acesso à saúde».

A empreitada, que prevê um novo edifício, foi adjudicada por mais de 6,2 milhões de euros às Construções de São José e tem um prazo de execução de 540 dias. O que significa que o hospital deverá estar pronto a usar em 2008. Eduardo Brito diz tratar-se de uma obra da «máxima importância» para o concelho e constata que a «persistência e determinação» da Câmara para garantir a sua concretização compensaram, perdida a possibilidade de uma unidade nova em terrenos anexos ao actual. «É a prova que aquilo que defendíamos era justo», acrescentou. A requalificação das actuais instalações foi a solução definitiva assumida pelo então ministro Luís Filipe Pereira em Dezembro de 2003. A intervenção projectada contempla praticamente toda a estrutura, com excepção dos serviços administrativos e consulta externa. Está previsto o crescimento do internamento em mais 15 camas (actualmente possui 60), um novo bloco operatório, serviços de urgência e Imagiologia, para além da cozinha e refeitório. Trata-se de um edifício de quatro pisos, que será implantado numa área sobranceira às actuais instalações, grande parte das quais data de 1920, cuja demolição está prevista após a conclusão do novo equipamento.

O Nossa Senhora da Assunção foi criado em 1992, sendo actualmente um hospital distrital de nível 1. A luz verde de Lisboa acontece numa altura em que se pondera a criação do Centro Hospitalar de Viseu, a constituir pelas unidades de Seia, Tondela e Viseu, de acordo com o decreto-lei nº 233/2005, de 29 de Dezembro. As três administrações iniciaram as conversações em Fevereiro, mas essa possibilidade tem sido muito contestada localmente devido, sobretudo, aos receios de perca de valências. Em comunicado divulgado recentemente, o presidente do Conselho de Administração do Nossa Senhora da Assunção, considera mesmo não haver «condições objectivas» para que as administrações decidam a «missão e valências de cada hospital, em especial no que se refere às unidades de Seia e Tondela». Eduardo Silva, que também é vereador eleito pelo PS na autarquia senense, vai mais longe e defende que seja a tutela a fazê-lo, «baseando-se em critérios de racionalidade técnica e económica, para além dos dados referentes ao desempenho, procura dos serviços e enquadramento geográfico de cada instituição».

Nesse sentido, sugere à Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro a criação de uma Unidade Local de Saúde que abrangerá Seia, Gouveia, Fornos de Algodres e, eventualmente, Oliveira do Hospital e Nelas, num total de cerca de 90 mil pessoas. Tudo porque o hospital mais próximo de Seia, o S. Teotónio de Viseu, fica a uma hora de viagem. Menos 15 minutos que o Sousa Martins da Guarda e menos 30 que os Hospitais da Universidade de Coimbra.

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