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Adesão à greve geral «não foi satisfatória»

União dos Sindicatos da Guarda esperava participação «mais contundente» dos trabalhadores

A adesão à greve geral da passada quinta-feira no distrito «não foi satisfatória», admitiu Honorato Robalo. «Era necessária uma resposta mais contundente dos trabalhadores», disse o presidente da União de Sindicatos da Guarda, acrescentando que a menor participação registada «não se compreende tendo em conta os cortes nos salários e subsídios que aí vêm e a redução dos direitos dos trabalhadores».

O dirigente estranhou sobretudo a «fraca adesão» no setor da educação, sublinhando ser um dado «preocupante». Abaixo das expetativas esteve também a participação dos funcionários da administração local e dos enfermeiros. Num balanço efetuado ao meio da manhã, o dirigente da União de Sindicatos, afeta à CGTP, estimou que a participação ficasse abaixo dos 50 por cento no distrito. «A adesão na greve geral anterior, realizada em novembro de 2010, também foi inferior a 50 por cento», recordou. Nesse dia, o Parque Arqueológico e Museu do Côa estiveram fechados, tal como o complexo escolar de S. Romão (Seia) e as escolas do primeiro ciclo da Guarda Adães Bermudes e Augusto Gil.

Nas duas secundárias da cidade, as aulas não foram interrompidas, sendo que na Afonso de Albuquerque apenas quatro professores e dois funcionários aderiram à paralisação, segundo revelou a direção da escola. No Instituto Politécnico, a adesão foi fraca, tendo aderido 10 pessoas, entre funcionários e docentes. Inversamente, os serviços mais afetados pela greve foram o Tribunal Judicial da Guarda, onde apenas dois dos 34 funcionários foram trabalhar, o que motivou o adiamento da grande maioria dos julgamentos marcados para esse dia. Também no Hospital Sousa Martins, a adesão dos enfermeiros no turno da noite e da manhã rondou os 45 por cento, mas na Consulta externa e bloco ninguém aderiu, segundo o sindicato. No hospital de Seia, a grande maioria dos enfermeiros escalados fez greve no período da manhã, registando-se uma adesão de 65 por cento.

Na principal estação dos CTT da cidade mais alta aderiram 88 por cento dos trabalhadores, enquanto na empresa DURA, de componentes para automóveis, apenas 20 operários fizeram greve, num universo de mais de 120 pessoas. Já nos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento registou-se uma participação de cem por cento nos serviços externos e de 75 por cento no setor administrativo. Na recolha do lixo, a adesão foi de 62 por cento num dos turnos na Guarda e de 92 por cento em Seia. No Sabugal, a autarquia esteve fechada devido à adesão total do pessoal técnico e administrativo, enquanto em Gouveia fizeram greve 99 por cento do pessoal externo e 61 no serviço interno. Já na Câmara de Trancoso a participação foi de cem por cento em quatro serviços (jardins, carpintaria, mecânica e serralharia), enquanto em Celorico da Beira a paralisação convocada pelas duas maiores centrais sindicais atingiu os 50 por cento.

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