A última reunião da Câmara da Covilhã, que se realizou na passada sexta-feira na freguesia de Peraboa, foi suspensa por falta de quórum. Os três vereadores do PS, Vítor Pereira, João Correia e Graça Sardinha, e os dois vereadores sem pelouros do PSD, João Esgalhado e Pedro Silva, abandonaram a sala como forma de protesto por Carlos Pinto se recusar a agendar dois pontos pedidos na anterior sessão, alegando pormenores burocráticos.
Com apenas quatro elementos, a maioria social-democrata ficou sem condições para prosseguir a sessão, que foi interrompida sem que nenhum dos pontos da agenda de trabalhos fosse votado. Antes da interrupção, Vítor Pereira e Carlos Pinto trocaram argumentos e acusações, com o edil a apelidar o socialista de «arruaceiro», que por sua vez chamou «ditador» ao presidente. Os protestos subiram de tom quando Pedro Farromba, vice-presidente do município e presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, entregou a Carlos Pinto um quadro alusivo à realização do Snowboard Urban Festival, um gesto considerado como «campanha eleitoral» pelos vereadores que acabaram por abandonar a reunião.
Em comunicado, os eleitos do PS condenaram a postura do presidente da autarquia, considerando que «perante a arruaça» em que Carlos Pinto «transformou a sessão», não tiveram «outra alternativa» que não fosse «abandonar» a sala. «Foi uma medida exemplar para um comportamento inadmissível», alegam os vereadores socialistas, que dizem «contemplar com estupefação e preocupação a decomposição acelerada» da maioria social-democrata no executivo. Pior do que isso, criticam sobretudo Carlos Pinto, que acusam de ser «autocrático e não respeitador das regras da democracia». Vítor Pereira, João Correia e Graça Sardinha terminam dizendo que «tudo farão para travar o autoritarismo serôdio» que o edil «quer impor».