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AAUBI fez funeral das Engenharias

Cerca de 30 alunos da Universidade da Beira Interior participaram na semana passada no “funeral das Engenharias” promovido pela Associação Académica, contra a decisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de não atribuir o 2º Ciclo integrado nas licenciaturas de Engenharias da UBI. O cortejo fúnebre decorreu debaixo de chuva entre o pólo das Engenharias e a Reitoria, onde foi entregue um documento reivindicativo ao reitor da instituição.

A urna, envolta num pano preto, e com uma cruz, continha as licenciaturas em risco: as engenharias Aeronáutica, Civil, Electromecânica, Electrotécnica, Mecânica, Química e Têxtil. Fernando Jesus, presidente da AAUBI, fala em «discriminação» por parte da tutela, já que «os cursos deste tipo foram aprovados paras as instituições do litoral do país, mas para o interior, nada», lamenta. O dirigente estudantil acredita que esta decisão da tutela «poderá afastar cada vez mais potenciais alunos» dos cursos de Engenharias da UBI quando podem frequentar os dois ciclos e obter o grau de mestre «em Lisboa», por exemplo. Na carta entregue ao reitor, a AAUBI questiona a «ausência de estratégia» da UBI para as engenharias, identificadas desde o início de 2005 num estudo elaborado pelos professores João Matias e Tessaleno Devezas. No documento, Santos Silva é questionado pela AAUBI sobre quais foram «os passos tomados e estratégias delineadas no sentido de corrigir e inverter esta tendência e o que foi feito por Departamentos, Unidade Científica e Gabinete de Relações Públicas». Na resposta, o reitor enalteceu o esforço do gabinete na divulgação da UBI e, em particular, das engenharias nas escolas secundárias de norte a sul do País, considerando que a crise de candidatos a estes cursos é generalizada. Santos Silva reafirmou que as preocupações dos alunos têm sido as da Universidade, ao mesmo tempo que desvalorizou o impacto que o funeral das engenharias poderá ter em potenciais interessados em ingressar nas licenciaturas: «Não fizeram o funeral para cavarem o seu próprio funeral», sublinhou, considerando que tratou de uma manifestação de «boa vontade de quem está desperto para esta problemática».

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