A auto-estrada da Beira Interior (A23) tem menos 17,3 por cento de tráfego médio diário que o previsto pela concessionária, revelou Matos Viegas, administrador delegado da Scutvias. Os números são relativos a Outubro e «nesta altura da exploração prevíamos ter um tráfego médio diário de 13.600 viaturas», adiantou aquele responsável.
Pelas contas da concessionária, circulam na auto-estrada menos 2.300 veículos por dia que o previsto. Uma situação que aquele responsável justifica com «a conjuntura económica do país e até mesmo à escala europeia». Apesar de tudo, até agora há um crescimento do tráfego anual de cerca de 3,5 por cento em relação a 2004. «Os números começaram a baixar, sobretudo, desde o último mês de Julho», referiu Matos Viegas. Na pior das hipóteses, «arriscamo-nos a ter o mesmo tráfego que no ano passado», sublinhou, explicando que as quebras de tráfego não correspondem directamente a igual percentagem de quebra de receitas, pagas pelo Estado, «porque a fórmula de pagamento obedece a estratificações do tráfego». Ainda assim, uma quebra «é sempre má, porque a exploração em regime SCUT (Sem Custos para Utilizador) baseia-se numa previsão de tráfego. Se não a atingirmos, podemos vir a perder dinheiro», recorda o administrador. Actualmente, «estamos a conseguir compensar as contas com uma gestão apertada. Por outro lado, lançamos acções para promover o uso da auto-estrada, bem como para promover eventos regionais, que atraiam mais visitantes», explica. Matos Viegas lembra que a A23 nunca foi justificada pelo tráfego, «mas sim com a necessidade de desenvolvimento do interior». Por estes dias, a Scutvias participa na Fercab, feira multisectorial promovida pela Associação Empresarial da Região de Castelo Branco, apresentando um simulador automóvel com instrutor virtual. A iniciativa destina-se principalmente aos mais novos e visa sensibilizá-los para a prevenção e segurança rodoviária.
