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“A vida sem controlo” vence Grande Prémio do Cine’Eco

Casa cheia na cerimónia de encerramento da «melhor edição de sempre» do festival senense

O filme alemão “A vida sem controlo” foi o grande vencedor da décima edição do Cine’Eco – Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela, que durante dez dias atraiu cerca de 10 mil espectadores. Esta foi mais uma edição marcada pelo sucesso com filmes «muito bons», tanto que Lauro António, director-técnico, a considerou a «melhor de sempre». Com o espectáculo de “stand-up comedy” de Nilton a servir de chamariz, a sessão de encerramento do festival, realizada no sábado à noite, registou uma verdadeira enchente.

“A vida sem controlo”, documentário realizado este ano pela dupla germânica Bertram Verhaag e Gabriele Krober sobre o tema bastante controverso da manipulação genética, recebeu a Campânula de Ouro, correspondente ao Grande Prémio Ambiente, atribuído pela autarquia senense no valor de 3.750 euros, por ter sido considerada a melhor obra entre todas as concorrentes. O brasileiro Washington Novaes, presidente do júri internacional, justificou a atribuição do prémio enaltecendo a «abrangência e competência com que trataram um dos temas mais complexos e cruciais para a espécie humana e o ambiente nos dias de hoje – a manipulação genética, a apropriação do conhecimento sobre a vida, as suas consequências e riscos -, bem como a luta de um grupo de cientistas corajosos que desafiam riscos». Já o Prémio Especial de Lusofonia, no valor de 2.500 Euros, destinado à melhor obra produzida nos países lusófonos, foi atribuído a “Memórias de um rio – Avieiros, os nómadas do Tejo”, do português Francisco Manso. Outros realizadores nacionais premiados foram Luísa Schmidt, que arrebatou o Prémio Polis com “Paisagem e Ordenamento”, da série “Portugal – Um Retrato Ambiental”, e Rita Saldanha, vencedora do Prémio Vida Natural, com o filme “Uivos do Mar”.

Quanto ao Prémio Camacho Costa foi para o filme “Pirilampo”, da lituana Dace Riduze, considerado o melhor nas áreas de poesia e humor. O Prémio Antropologia Ambiental foi atribuído a “O Coração de Chernobyl”, realizado pela americana Maryann De Leo, pelo impressionante registo das consequências da radiação gerada pelo acidente. Quanto aos Prémios Água e Valorização de Resíduos foram, respectivamente, entregues aos filmes “Um Assassino Silencioso”, realizado por Dhananjoy Mandal, da Índia, e a “Franz Kracjberj, Retrato de uma Revolta”, produzido pelo francês Maurice Dubroca. Por último, a francesa Catherine Garanger venceu o Prémio Educação Ambiental com “Pequenos Pássaros, Grandes Sábios”. Todos estes prémios têm o valor de 1.250 euros. Para além destes galardões, o júri atribuiu ainda menções honrosas aos filmes “Corvo – Crónica dos Dias” e “Memórias dos Capelinhos”, ambos do português Carlos Brandão Lucas; “Tainá 2 – A Aventura Continua”, do brasileiro Mauro Lima; “Sem Embargo”, da cubana Judith Grey; “Andalusia, entre o Paraíso e o Inferno”, do alemão Jan Haft; e à série “Memória do Meio Ambiente”, da brasileira Anna Terra.

Cine’Eco de 2005 pode ser «maior e melhor»

No que concerne às distinções atribuídas pelo Júri da Juventude, o Grande Prémio foi atribuído “ex aequo” aos filmes “Um Assassino Silencioso”, de Dhananjoy Mandal (Índia); e “Sem Embargo”, de Judith Grey (Cuba). Quanto ao Prémio para a Lusofonia foi entregue a Carlos Brandão Lucas pelo filme “Memória dos Capelinhos”, enquanto “O Mar Sem Lei”, do americano Mark Schapiro, venceu o Prémio para o Ambiente. Já o Prémio da Juventude Para a Ameaça Global foi atribuído ao filme “O Mundo Segundo Bush”, do francês William Karel, ao passo que “Arne Sucksdorff: Uma Vida Documentando a Vida”, da brasileira Bárbara Fontes, venceu o Prémio Para Personalidades. O Júri da Juventude atribuiu ainda menções honrosas a “100% Algodão – Made In Índia”, de Inge Altmeiter e Reinhard Hornung (Alemanha); “A Vida Sem Controlo”, o grande vencedor do Cine’Eco 2004; e a “Portugal – Um Retrato Ambiental; Episódio 3: As Águas”, dos portugueses Luísa Schmitdt e Francisco Manso. A organização mostrou-se muito satisfeita com a décima edição do Cine’Eco, tendo Eduardo Brito, autarca de Seia, desejado que a edição de 2005 seja «maior e melhor».

Ricardo Cordeiro

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