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A tradição do Madeiro

Crónica Política

Sr. Presidente, não desvalorize a tradição do Madeiro da cidade mais alta na noite de Natal.

O Madeiro é a tradicional fogueira que servia para aquecer os mais carenciados na noite mais longa do ano, servia para aquecer os guardenses depois da tradicional Missa do Galo na Sé Catedral e, vejamos Sr. Presidente, dentro da “linha Estratégica” que está a trabalhar para a nossa cidade, seria mais lógico que valorizasse esta tradição com um magnífico Madeiro, imponente capaz de fazer derreter o gelo das pedras frias de granito da Sé, mantendo assim a tradição da cidade da Guarda, que, caso não se recorde, mas nesta noite o Madeiro era o ponto de encontro de amigos, das várias gerações, que na maior parte das vezes se encontram uma vez no ano aqui num momento ímpar como o da noite de Natal, antes da Consoada com a família. Este momento é sempre brindado com vinho do Porto no calor da amizade, da saudade dos que estão fora e se encontram no momento mais digno e no local mais imponente da cidade, é no fundo um mix: Natal-Guarda-Sé-Madeiro-brinde de Boas Festas e Feliz Natal.

Sei que não sabe o que isso é, pois nunca o por lá vi, mas acredite, é mesmo uma tradição que é muito vivida pelos guardenses, o verdadeiro encontro dos que estão fora com os que cá resistem, a família guardense.

Não deixe isso morrer, pois este será já o segundo Natal em que não há Madeiro aceso na noite de dia 24 na Sé.

Este ano, e muito bem, a Guarda é a Cidade Natal e temos que concordar que há mais vida na rua, mais atividades e diversões propícias desta época mas colocar na Praça Velha uma tenda horrível por fora e de magia natalícia para os mais pequenos por dentro não foi uma “Estratégia” muito assertiva. Assim, ao invés de mudar o já conquistado espaço do Madeiro da Sé para a Misericórdia colocava a tenda noutro local da cidade, pois a Missa do Galo é na Sé e não na Misericórdia! Sabia Sr. presidente que existia ainda a tradição dos guardenses levarem consigo para casa brasas do Madeiro para reacenderem as antigas braseiras depois da gélida mas calorosa Missa do Galo na Sé?!!!! Por exemplo, poderia ser “Estratégico” colocar a tenda de Natal no espaço da Alameda de Santo André, distribuindo assim o fluxo de mobilidade entre dois extremos da cidade, a Sé e a porta do antigo sanatório da Guarda, dinamizando desta forma mais o comércio na cidade.

Sr. Presidente não acabe com a tradição do Madeiro na Sé, reforce-o, seria “Estratégico” servir simpatia, Boas Festas com vinho do Porto e até com um Dom Sancho, acrescentando desta forma algo mais à tradição do Madeiro e do Natal na Guarda.

Nesta época festiva desejo a Todos umas boas festas, um Feliz e Santo Natal.

Por: Cláudia Teixeira

* Militante do CDS-PP

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