O auditório municipal da Guarda acolhe esta noite dois dos projectos musicais mais em voga na cena pop nacional. O concerto de Gomo, aliás Paulo Gouveia, e dos Loto é uma das iniciativas mais aguardadas da programação cultural do município para Abril ou não fosse esta uma oportunidade única para ver e ouvir duas surpreendentes e originais propostas da música moderna portuguesa. Gomo e Loto são os conceitos musicais de quem se fala, muito por causa da sua criatividade que cruza a tecnologia, os “samplers” e as máquinas de ritmos pré-gravados com guitarras, baixos, vozes e bateria. O resultado é muito interessante, como o comprovam os recentes álbuns “Best of Gomo” e “The Club”.
Paulo Gouveia – Gomo é o seu nome artístico -, autor compositor, editou em Fevereiro passado o seu primeiro álbum a solo, intitulado “Best of Gomo”. Natural de Santarém, mas a residir nas Caldas da Rainha, integrou anteriormente grupos como os Fragmento e Orange, uma banda cujo desmembramento deu origem ao heterónimo Gomo. “Best of”, classificado como um disco de música electroacústica e bem disposta, apresenta uma pop de contornos artesanais, produzida por Mário Barreiros, cujos expoentes máximos são os singles “Santa’s depression” e “Feeling Alive”. O trabalho inclui 12 temas originais e contou com diversas participações, destacando-se a de Pedro Oliveira (Sétima Legião) que emprestou a sua voz, após mais de 15 anos sem gravar. Inseparáveis de Gomo nesta digressão nacional estão os Loto, um trio de Alcobaça que está a divulgar o disco de estreia.
Depois do bem sucedido EP “Swinging On a Star”, “The Club” aposta na união da pop com a música electrónica, no som retro dos sintetizadores com o toque aveludado do Fender Rhodes. Além de contar com a participação de vários instrumentistas e cantores, o álbum foi produzido por Armando Teixeira (Da Weasel, Balla, Bullet e Bizarra Locomotiva) e masterizado em Londres por Nilesh Patel, que já trabalhou com Peaches e os Air. “Back to Disco” é o single de apresentação e já roda nas rádios nacionais. Os Loto são Ricardo Coelho (voz, guitarra, baixo e maquinaria), João Tiago (baixo, guitarra e maquinaria) e João Pedrosa (bateria e programações). Um trio que não renega as influências pela melodia da “brit pop” e pela electrónica suave de projectos franceses como os Air. “Swinging On a Star” foi misturado por Nuno Gonçalves, dos Gift, e masterizado pelo norte-americano Joe Fossard, que gravou para o efeito a faixa “The Boy”. Os bilhetes custam quatro euros, sujeitos aos habituais descontos e reservas no gabinete de relações públicas da autarquia e livraria municipal.
