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«A sala de auto-aprendizagem já tem 100 computadores apesar de só existirem 75 alunos»

Cara a Cara – Entrevista

Perfil:

– João Queiroz

– Vice-reitor da UBI

– Idade: 39 anos

– Naturalidade: Guarda

– Currículo: Professor catedrático de bioquímica da UBI e presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI

– Hobbies: Jogar futebol, praticar desporto, cinema e não fazer nada, devido à intensa actividade na UBI. É o seu “hobbie” preferido

P- Como se sente enquanto vice-reitor da UBI para as áreas de investigação e Ciências da Saúde?

R- Com muita responsabilidade. Foi um orgulho o reitor convidar-me para fazer parte de equipa e um desafio que aceito com bom grado. Por outro lado, algumas das funções que vinha a desempenhar têm a ver com a continuidade do trabalho e penso que tudo há-de correr bem.

P- Que contributo poderá dar para a Universidade?

R- Na área da saúde o objectivo é continuar o trabalho que tenho vindo a desenvolver nos últimos tempos no sentido de implementar os órgãos de gestão da faculdade, contribuir para o avançar da licenciatura em Medicina, promover a articulação com os hospitais e centros de saúde com os quais trabalhamos, contratar os docentes e formá-los para a metodologia que estamos a aplicar e implementar um centro de investigação em Ciências da Saúde. Já comecei o trabalho há mais de um ano e ainda temos muito pela frente. A grande notícia é que a ministra autorizou o início das obras da construção da faculdade.

P- É a primeira vez que há um vice-reitor para a investigação e ciências da saúde. Quer dizer que a UBI está a apostar cada vez mais na investigação?

R- A UBI foi crescendo e afirmando-se pela qualidade e um garante de qualidade em qualquer universidade é a investigação. Por isso, achamos que vale a pena agora promover um pouco mais a investigação na universidade, quer através de um incremento na captação de fundos, da reorganização da investigação e promoção dos nossos docentes para que se afirmem cada vez mais pela qualidade a nível nacional, publicando em revistas internacionais de reconhecida qualidade.

P- A UBI já é uma universidade de referência. Acha que poderá haver uma agregação aos politécnicos da Guarda e de Castelo Branco?

R- Sobre a agregação dos politécnicos à UBI não me vou pronunciar. Que a UBI se tem afirmado, não só no panorama regional, mas fundamentalmente a nível nacional, não tenho dúvidas nenhumas. A UBI tem feito um trabalho de qualidade, sustentado, muito fruto do reitor, e temos várias colaborações a nível regional. Falando concretamente no caso da saúde, estamos a tentar dinamizar e envolver nos nossos projectos os hospitais e centros de saúde desde a Guarda até Castelo Branco. Temos feito muitas candidaturas ao nível das novas tecnologias da informação aplicadas ao ensino da medicina que vão promover um maior desenvolvimento nos hospitais e centros de saúde, quer ao nível da promoção da investigação, com um projecto Interreg que submetemos recentemente em parceria com as universidades de Salamanca e de Extremadura e onde vamos utilizar fundamentalmente os meios dos hospitais para fazer um projecto de investigação de excelência que sirva as populações da região.

P- Que projecto é esse?

R- Tem a ver com a caracterização do DNA da população da Beira Interior e genotipagem. Vamos pegar, de uma forma muito simples, numa quantidade do sangue de pessoas da região e fazer a caracterização do genoma e a sequenciação do DNA da população. Assim, ficamos com uma visão geral das características anotípicas e finotípicas da população. Segundo, queremos fazer o mesmo para alguns tipos de doenças predominantes e prevalentes na região, ou seja, caracterizar também do ponto de vista genotípico as pessoas que têm esse tipo de doenças. Acho que poderemos não só caracterizar e ter uma ideia do que se passa na região, mas fazer também uma prevenção e um tratamento determinado de um tipo de patologias de uma forma mais orientada e optimizada. Acho que é um projecto muito ambicioso. Temos parceiros com alguma experiência neste tipo de iniciativa (as universidades de Salamanca e de Extremadura e os três hospitais da região) e só espero que possamos obter o financiamento global de três milhões de euros.

P-O Ministério possibilita apenas o acréscimo de vagas para saúde, tecnologias e artes. Mesmo sem as novas instalações, a UBI pode receber até 100 alunos?

R- A sala de auto-aprendizagem, onde os alunos têm computadores para trabalhar e fazer avaliações, já tem 100 computadores apesar de só existirem 75 alunos. Em termos de infraestruturas físicas, já temos condições para obter 100 alunos. Mas isso depende da conversa que teremos agora com o reitor e da vontade do ministério abrir esse número de vagas. Mas com a construção da faculdade, penso que poderemos dentro em breve passar para as cem vagas e estabilizarmo-nos todos os anos nesse número para termos no fim 600 a 700 alunos sempre a girar.

P-Daqui a quatro anos poderá ser o sucessor do reitor?

R-Essa pergunta não tem resposta. Ninguém sabe e eu também não. Neste momento não é esse o objectivo, daqui a quatro anos não faço a mínima ideia.

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