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«A região tem hoje inúmeras vantagens competitivas muito atrativas»

Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã

P – Quando o jornal nasceu, em 2000, por onde andava Vítor Pereira? Qual era a sua função e como via a região desse tempo?

R – Há 17 anos tinha deixado, há muito tempo, as minhas lides de dirigente estudantil e associativo. Exercia a minha profissão de advogado e era também eleito na Assembleia Municipal da Covilhã, desempenhando na oposição o cargo de deputado municipal, onde combatia a política autocrática e desenfreadamente despesista – que ainda hoje estamos a pagar – da maioria PSD que governava a Covilhã. Em termos regionais, eram tempos de esperança. Governava Portugal o Eng. António Guterres e existiam ações e medidas concretas do Governo de aposta nas regiões mais deprimidas do interior para combater o flagelo decorrente do despovoamento.

P – Que é “feito” de Vítor Pereira 17 anos depois?

R – Sou, com honra e orgulho, presidente da Câmara Municipal da minha terra e luto diariamente com todas as forças, como há 17 anos, pelo desenvolvimento da Covilhã e da nossa região! Tenho procurado ao longo da minha vida política pugnar pelas causas do desenvolvimento da Covilhã e tenho o privilégio de nos últimos três anos e meio ter a possibilidade de conduzir os seus destinos enquanto presidente. Tem sido um caminho muito difícil face ao estado calamitoso em que encontrei financeiramente e do ponto de vista operacional a Câmara Municipal. Mas tenho “a casa praticamente arrumada”, ultrapassando e resolvendo as dificuldades financeiras, dando passos importantes na construção de uma estratégia de desenvolvimento sustentado e sustentável para a Covilhã. Quero e estou a construir uma cidade mais verde, amiga das pessoas, amiga do ambiente, amiga do conhecimento e da ciência, amiga da inovação e das novas tendências. Uma cidade que assuma o seu papel de motor regional para que a tendência generalizada de despovoamento se inverta, procurando criar emprego e riqueza, a fim de estancar a hemorragia populacional que assola todo o nosso interior. Faço-o com espírito de missão e esperando, sinceramente, obter nas próximas eleições o reconhecimento dos meus concidadãos pelas dificuldades que foram sendo ultrapassadas e do trabalho que venho efetuando, o qual permitirá construir um futuro melhor para o concelho da Covilhã.

P – Entretanto, nestes 17 anos, o que destaca de mais relevante na região? (3 ou 4 exemplos)?

R – O mundo mudou muitos nestes 17 anos e a região também, não tendo contudo conseguido inverter a tendência generalizada de despovoamento dos nossos territórios. Nestes 17 anos a região conquistou um conjunto de projetos estruturantes que se espera auxiliem o desenvolvimento e alavancagem da economia, como sejam a Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, o Regadio da Cova da Beira, as autoestradas A23 e A25, a requalificação e eletrificação da linha férrea, o gás natural, que inicialmente estava previsto apenas para o litoral do país. Um conjunto de investimentos que melhorou as condições infraestruturais dos nossos territórios e que vieram fazer justiça a estas populações. Estes investimentos vieram também trazer mais competitividade aos nossos territórios e hoje, no mundo da economia global, no tempo da Industria 4.0, nós podemos estar na frente e temos inúmeras vantagens competitivas muito atrativas que podemos oferecer. Para além destas infraestruturas temos mão-de-obra qualificada e condições de qualificar, temos globalmente uma excelente cobertura e oferta de cuidados de saúde, de educação, de assistência aos mais idosos, de produção de ciência e conhecimento, de programação cultural e, seguramente, muito melhor qualidade de vida que os grandes centros urbanos do litoral. São estas potencialidades que enquanto presidente de Câmara procuro valorizar e maximizar e, assim, trazer desenvolvimento para as nossas populações, atrair investimento e emprego, produzir riqueza e criar condições para que as pessoas aqui se realizem e sejam felizes.

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