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«A raia parece agora um colectivo importante»

Jornalista Agustín Remesal recebeu Prémio Eduardo Lourenço 2006

«É para mim uma grande honra e sobretudo um grande orgulho, como raiano, receber este prémio, que significa que a mensagem que fomos soltando durante tantos anos foi válida e que a raia parece funcionar agora como um colectivo importante». A frase marcou, na passada sexta-feira, a entrega do Prémio Eduardo Lourenço 2006 a Agustín Remesal. O galardão, de 10 mil euros, foi atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI).

O jornalista espanhol disse ser um admirador do ensaísta natural de S. Pedro de Rio Seco (concelho de Almeida) e mentor do CEI: «Sempre admirei em Eduardo Lourenço o seu inesgotável caudal de análise, possivelmente avivado pela sua qualidade de nómada da cultura. Para mim, ele foi sempre um monstro a literatura e do pensamento», afirmou durante a cerimónia, acrescentando ter estado com o filósofo em Vence, onde reside actualmente. Agustín Remesal é o correspondente da TVE em Jerusalém, depois de ter estado em Lisboa entre 2000 e 2004, e o autor do documentário televisivo “La Raya Quebrada”, que aborda a história transfronteiriça de Portugal e Espanha e obteve grande sucesso em ambos os países. Um trabalho determinante para a atribuição deste prémio. Ausente da cerimónia, Eduardo Lourenço enviou uma mensagem onde considerou que este galardão «é o primeiro concedido a um homem dos media e, ao mesmo tempo, a um intelectual que, ao longo do seu percurso, se tem interrogado de uma maneira apaixonada acerca da vivência singular de um dos espaços da raia da nossa Península».

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