O dia 1 de Abril proporciona momentos interessantes nas redacções dos jornais. As mentirinhas de Abril são um momento de recreio para jornalistas e, depois, também para os leitores.
Nos jornais semanários a “aldrabice” é sempre difícil pela data, pois só de sete em sete anos é que o primeiro dia de Abril coincide com a saída da edição semanal. Assim, na passada quinta-feira tivemos essa coincidência e saímos para as bancas com três notícias que não correspondem à verdade. Antes que se gere algum mal entendido, convém dizer quais eram as nossas “mentiras” de Abril.
Afirmámos que Durão Barroso confirmara a remodelação do Governo, tendo convidado para Ministro da Administração Interna o actual presidente da Câmara da Covilhã. Citámos inclusive Carlos Pinto a propósito de tão honroso convite, colocando na boca do autarca declarações da nossa invenção e responsabilidade. Avisado desta brincadeira, Carlos Pinto gracejou que «com o desemprego que para aí anda vai haver muita gente a vir meter umas cunhas. Vejam lá o que me arranjam!». Alçada Rosa deve ter-se sentido frustrado, porque afinal ainda não era desta que ascendia à presidência da Câmara da Covilhã. Mas mais desiludido terá ficado Luís Cipriano. O maestro, sobre quem inventámos declarações de que já não se candidatava por não ter «adversário à altura com a ida de Pinto para o Governo», chegou mesmo a considerar a hipótese de ir a Fátima a pé se Carlos Pinto deixasse a cadeira maior da Covilhã. Pois sim, maestro! Agora já tem «adversário à altura», ficamos à espera da sua candidatura à presidência da Câmara. E se for a Fátima pode ser que haja um milagre!
Outra notícia que não tem veracidade é a da (re)candidatura de Maria do Carmo Borges à Câmara da Guarda. A dirigente socialista não viu com maus olhos esta nossa mentira. Afinal, se é verdade que ainda não afirmou que vai ser candidata – as declarações que apresentámos são uma invenção da nossa responsabilidade -, também não disse que não tinha vontade de continuar à frente dos destinos do concelho. Maria do Carmo vai afirmando que não será candidata, mas pode estar à espera de uma vaga de fundo – segue o exemplo de Guterres, seguramente – e que os militantes socialistas lhe gritem encarecidamente: «Não nos abandone! Fique! A Guarda precisa de si! Que será de nós contra Ana Manso!…». Eventualmente, fizemos-lhe um favor ao colocar, de novo, o seu nome na corrida às próximas eleições. Esperemos que Valente, Saraiva e Cabral tenham tido presente a data de 1 de Abril quando leram a notícia, se estavam distraídos…
A terceira mentira era simples e informava que “O Interior” a partir de Maio vai vender DVD’s. Tratava-se de uma colecção de documentários da Odissea e o primeiro a sair para as bancas seria “A excêntrica vida sexual dos lavagantes”. Podíamos ter escolhido “Os percevejos no Canadá” ou outro qualquer. Mas, obviamente, esses DVD’s não existem e, tudo isto, não é mais do que uma brincadeira do dia das mentiras. Porque nem sempre temos de ser os arautos da desgraça…