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A propósito da crónica de David Santiago*

Esta carta surge como comentário à opinião do colunista Daniel Santiago na crónica “Povoar o interior com elefantes brancos”, publicada na edição de 31 de março de O INTERIOR.

Parece-me desajustada a opinião contida na crónica de Daniel Santiago sobre duas questões referentes ao burgo de Trancoso, em que a presente e a passada administração autárquica são referidas. Isto a propósito do atual edifício dos Paços do Concelho e do destino futuro do Paço Ducal existente na vila.

Vindo ele a ser restaurado, o edifício dos Paços do Concelho não tem o espaço indispensável para albergar o volume de serviços municipais de hoje. E o Paço Ducal, que foi readquirido pela atual administração, livrou-se de mais bolandas, depois das peripécias passadas, referidas pelo jornalista. Voltou às únicas mãos que têm capacidade para lhe dar um destino adequado, nem se veem mãos privadas com capacidade e interesse nisso.

Uns novos Paços do Concelho encontrariam nele espaço suficiente (um quarteirão inteiro) e edifício compatível. É uma questão de projeto, previsão e correta execução. A restauração dos Paços antigos será sempre indispensável para lhes evitar a ruína. E não é conciliável com “pequenas obras de atualização”. Sendo propriedade da autarquia, poderiam vir a ser um espaço museológico… Um abrigo para obras da pintora Eduarda Lapa… e outras atividades de interesse municipal. Pelo menos à vista desarmada, não se vislumbram na paisagem os elefantes brancos referidos pelo cronista.

* Título da responsabilidade da redação

Jorge Carvalheira, Trancoso

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