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A Praxe

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O ensino superior português parece-me profundamente doente. De facto o grau de motivação dos alunos é baixo, o investimento em qualidade é parco e as pessoas que se distinguem dando fama e proventos são intangíveis.

Praxe há muita. Uma semana de chegada às aulas em que as apresentações se sucedem. Apresenta-se o A, o B, o C, e por aí fora sempre sem aulas, como se a apresentação não fosse a primeira e única. Depois praticam-se perseguições, brincadeiras, má-criações, impropérios e gritarias que duram semanas e dão pelo nome de praxe. Não tem fim a inactividade e começa a latada para dar mais força à coisa. Os pais pagam quartos, alimentação, noitadas, jantares e o provento de aulas, esse não se dá. A reforma destas Universidades deverá ser profunda e radical, pois este é um caminho de imperfeição, de insucesso e de baixa educação. A Universidade termina em Junho e retoma-se a meados de Outubro. Nesta altura decorre a inactividade praxista e depois da latada há um mês de trabalho a suspender com intermináveis dias de Natal. Ou seja, um estudante sem exames a realizar está 4 de seis meses sem trabalho! Haja dó, que os pais pagam para mais do que isto.

Incompreensível é também a ausência de actividade desportiva organizada nas Faculdades e Politécnicos, ausência de clubes, de competição desportiva. Ausência de espaços de lazer onde se bata uma bola, se troquem uns passes. Isto é de facto bacoco e ridículo e raia a pouca vergonha tanta festa, onde afinal há tão pouco saber transmitido, exposto ou vendido.

Por: Diogo Cabrita

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