“Bicho carpinteiro” desde pequeno, João Ferreira trocou Leiria pela Guarda há seis anos, tendo-se casado e instalado em João Bragal. Hoje com 34 anos, dá nova utilidade aos objetos. É n’A Oficina (http://niii15.wix.com/oficina#!conceito) que o jeito vira profissão através do artesanato e do restauro, tendo a ecologia como referência.
«O meu avô era carpinteiro e o meu pai era professor de trabalhos manuais, habituei-me com eles», refere o artesão. Depois veio a docência, que terminou com a divisão da disciplina de Educação Visual e Tecnológica (EVT). «Acabaram com a minha profissão, então tornei o hóbi mais profissional», acrescenta. A Oficina tem menos de um ano e é promovida essencialmente nas redes sociais, mas o balanço é positivo: «A aceitação tem sido boa, seja nos comentários no Facebook ou nas feiras em que participo, como a dos Jovens Criadores da Guarda», garante João Ferreira. O ecoartesanato é um dos destaques: «Começou por gosto, pois em casa não se deitava nada fora», recorda. Porém, a «preocupação ambiental» tornou-se o principal motivo da recriação dos materiais.
«Todas as peças são únicas. Posso fazer peças semelhantes mas são sempre diferentes. E também há pedidos mais específicos», salienta o leiriense. O criativo tem uma parceria com a Resiestrela, que lhe faculta materiais: «Se precisar de algo concreto falo com eles para ver se têm», explica. Com um otimismo moderado desde o início, o artesão confessa que o seu projeto «começou por brincadeira, sem expetativas muito altas». Contudo, e tendo em conta que o investimento «foi pequeno, porque tinha as máquinas», o retorno está a ser «maior do que esperava». Quanto ao futuro, e reiterando que gostarem do que faz «não basta», João Ferreira não augura um crescimento significativo, mas se vier a acontecer «será bem-vindo».