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A Natureza e o “faz de conta” que “pouco ou nada” conta

Os vários meios de comunicação social têm trazido à tona e de maneira bastante alarmista os problemas globais relacionados com a degradação do meio ambiente. Todos os dias acompanhamos na televisão, nos jornais e revistas as catástrofes climáticas e as mudanças que estão a ocorrer, rapidamente, no clima mundial. Nunca se viram mudanças tão rápidas e com efeitos tão devastadores como as que tem ocorrido nos últimos anos. As ondas de calor são uma realidade cada vez mais presente, ciclones e fortes furacões causam mortes e destruição em várias regiões do planeta, o número de desertos aumenta a cada dia e os glaciares derretem a olhos vistos, com consequências desastrosas. A natureza apresenta assim sinais evidentes de sofrimento, de doença. E a culpa é na verdade de todos nós. E só o homem como o seu maior mal feitor poderá curá-la, salvando-a e salvando-se a si mesmo.

Na Terra são cerca de 9 mil milhões de homens a querer alimentar-se, alojar-se, deslocar-se, educar-se, divertir-se, tratar-se, …Etc. Etc. E nós humanos para satisfazermos grande parte destas nossas necessidades e desejos, consumimos, compramos e utilizamos objectos e serviços, que continuamente usamos e deitamos fora, sem pensarmos que a sua produção consumiu recursos naturais e sem nos preocuparmos que alguns deles, não se renovando são também fonte de poluição. Utilizamos violentamente os recursos naturais. E só quando nada mais resta, que seja economicamente viável explorar é que falamos em protecção.

È verdade que, enquanto nos países industrializados o consumo é muito elevado, as necessidades básicas de grande parte das pessoas não chegam a ser satisfeitas. Pois, enquanto apenas 20 % da população mundial beneficia de um conforto material sem precedentes, um igual número de pessoas vive na pobreza absoluta. Sendo consumidos pelos 20% mais ricos cerca de 80% dos recursos naturais. Mas mesmo que esta cruel e injusta desigualdade nos revolte a todos, pela evidência das culpas acrescidas das sociedades capitalistas e mais ricas no que diz respeito ao desgaste e destruição do nosso planeta. È hoje um dever e uma obrigação de todos nós proteger a natureza como ela merece, e acabar de uma vez por todas com o “faz de conta”. Com o faz de conta que separo os lixos e faço reciclagem, com o faz de conta que gasto menos água e poupo energia, com o faz de conta que protejo as plantas e as florestas e com o faz de conta que gosto muito dos animais e que eles são todos nossos amigos.

Basta mesmo, do faz de conta e vamos todos de forma consciente e responsável separar os nossos lixos e fazer uma real reciclagem contendo o nosso consumismo, poupar racionalmente água e energia mudando alguns dos nossos hábitos, vamos todos cuidar e proteger cuidadosamente as nossas florestas mantendo-as limpas e vamos ser verdadeiros amigos dos animais permitindo que os seus habitats naturais que coabitamos, mantenham as condições necessárias à permanência das suas diferentes espécies.

As questões ambientais têm de ser assumidas por todos em geral, e por cada um de nós em particular de forma séria e responsável, pois corremos sérios riscos de que num curto espaço de tempo alguns lugares da terra já não reúnam condições compatíveis com a vida. A protecção da natureza, do ambiente e dos equilíbrios ecológicos tem que ser uma preocupação dominante do nosso tempo, a ter sempre presente em todas as rotinas do nosso dia a dia. Pois a Terra de amanhã depende das nossas opções de hoje, assim como a qualidade da nossa vida. E os nossos filhos precisão dela para viverem felizes e longos anos.

Por: Joaquim Nércio

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