Raríssimas vezes a comunicação social detida pelos grandes grupos económicos colocam em causa os esteios da promiscuidade entre o público e o privado e vice-versa. Ao longo dos sucessivos governos, sejam do PS ou do PSD, acompanhados ou não com o CDS, sempre deram lastro à desresponsabilização do Estado enquanto prestador.
Alguns tinham uma esperança infinita na solução política encontrada, só posso afirmar que o plasmado em texto entre o PS e o PCP não vai ao encontro de uma genuína política de esquerda e soberana.
Têm dúvidas?
Basta ver no mundo do trabalho, que está refém das normas mais gravosas do Código do Trabalho, este agravado pelo atual ministro do Trabalho do governo minoritário do PS, por sinal o mesmo na altura do governo maioritário do PS. Raríssimas vezes o governo minoritário do PS se aproximou do PCP na reposição de direitos roubados no tempo do pacto de agressão assinado com a “troika”.
Não bastam as constantes boas intenções manifestadas pelos ministros, é fundamental a mudança de azimute nas opções ideológicas em torno das funções sociais do Estado.
Na saúde mantém-se a grave carência de profissionais que compromete o correto e adequado funcionamento do SNS. Não tenham ilusões, se o PS pretende mesmo resolver as insuficiências e deficiências do Serviço Nacional de Saúde não é com a mudança de caras, mas sim de políticas.
Desde logo acabando com as PPP’s na saúde e aumentando a produção pública e reduzindo a esfera como mero financiador. A bem da transparência, todas as organizações públicas devem integrar de forma clara as convenções, protocolos ou outros com IPSS, Misericórdias ou outras instituições privadas. Não apregoem o Estado Social numa matriz social democratizante, resgatem os princípios marxistas e percebam a importância da melhoria na acessibilidade às funções sociais do Estado.
Por: Honorato Robalo
* Membro do executivo da Direção da Organização Regional da Guarda (DORG) do PCP