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A mitologia das constelações

Mitocôndrias e Quasares

Nem todas as constelações se podem representar graficamente no firmamento. De facto são muito poucas as “constelações naturais” cujo aspecto inspira a sua explicação. Entre elas são-no mais ou menos Ursa Menor, a Gémeos ou também o caçador celeste Orion. Muita das constelações receberam o seu nome de forma mais ou menos fortuita por razões mitológicas. Desta forma, as figuras míticas da antiguidade grega passaram à abóbada celeste. Cassiopeia, a Rainha da Etiópia, representa no firmamento uma constelação cujo aspecto podemos interpretar melhor como sendo um W maiúsculo; imaginar com esta figura uma rainha é realmente muito difícil. Por sua vez, outras constelações receberam os seus nomes em razão das estações do ano; relacionado com a época das chuvas, na bacia mediterrânica oriental o Sol cruzava uma zona do Zodíaco que logo se designou “Aquário”.

Diversas estrelas levam nomes com origem no grego antigo, romano ou árabe antigo. Os nomes latinos são por exemplo Spica (espiga de trigo), Regulus (pequeno rei), Bellatrix (pequena guerreira). É grega a denominação Antares (Contramarte), Procyon (cão primitivo). As denominações árabes, ainda que no decorrer dos séculos não se tenham transmitido com tanta exactidão, são Atair (águia levantando voo), Deneb (cauda), Betelgeuse (ombro) ou Aldebaran (o sucessor).

A origem ou significado de alguns nomes de estrelas é, ainda hoje, pouco claro. É o caso sobretudo da estrela Sírio, a mais brilhante que podemos contemplar da Terra e ao mesmo tempo estrela principal de Cão maior. A sua denominação provavelmente procede da antiga astronomia babilónica e significa “arco de estrela”

Na astronomia moderna, as constelações continuam a desempenhar uma fundação na distribuição da abóbada celeste. Não obstante, os diversos nomes das estrelas quase não se usam, salvo em descrições populares; por outro lado utilizam-se denominações de catálogo ou então, para as estrelas mais brilhantes, letras gregas juntando-lhes o genitivo do nome latino da constelação. O costume de designar com letras gregas as diversas estrelas de uma constelação remonta a Johannes Bayer, em 1603. Com frequência, embora não sempre, as letras correlativas reflectem aproximadamente a ordem luminosidade das estrelas na constelação correspondente. Com objectos peculiares, como por exemplo, estrelas variáveis, nuvens estelares, nebulosas, introduziram-se classificações.

Mas o que podemos observar no céu nocturno?

Com a chegada do Verão, há três constelações que nos orientam na identificação dos objectos celestes: Lira, Cisne e Águia. Em cada uma dessas constelações há uma estrela que se destaca pelo seu maior brilho. Essas três estrelas formam o conhecido Triângulo de Verão, um asterismo fácil de identificar e que domina o céu estrelado.

Na constelação Lira, uma constelação pequena, em forma de paralelogramo, destaca-se Vega; em Cisne, que aparece como uma gigantesca cruz, destaca-se Deneb; em Águia ressalta Altair. As três estrelas desenham um triângulo nítido.

Poucas estrelas dos céus de Verão rivalizam em brilho com Vega, Deneb e Altair. De magnitude comparável apenas se destacam agora Antares, em Escorpião, e Arcturo, em Boieiro. Mas estas duas estrelas têm um brilho avermelhado e alaranjado, bem distinto do azul esbranquiçado das estrelas do triângulo. Antares aparece perto do horizonte, a sul, e Arcturo precede o triângulo no movimento para oeste.

Por: António Costa

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