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«A manutenção no Nacional de Seniores é o primeiro objetivo»

Cara a Cara – Alberto Cardoso

P – No início da época a “dobradinha” era um objetivo delineado?

R – Quem gere um clube com o historial e os pergaminhos do Desportivo de Gouveia tem sempre como objetivo ganhar todos os jogos, seja em que competição for. Este ano, nesse aspeto, as coisas correram muito bem, permitindo um feito assinalável logo num ano em que o clube comemora os seus 50 anos. Melhor prenda desportiva não poderia haver…

P – Quais são os objetivos para a próxima época? Até onde pode ir o Gouveia?

R – Temos de ter os pés bem assentes na terra: a manutenção no Campeonato Nacional de Seniores é o primeiro objetivo. O que vier para além disso é “juntar o útil ao agradável”. Pretendemos ainda continuar a apostar nas camadas jovens.

P – O atual treinador vai continuar à frente da equipa?

R – Uma quota-parte do mérito da prestação da equipa, na presente época, deve-se também, obviamente, ao trabalho do treinador Jorge Cardoso. Por isso, o atual treinador entra nas nossas contas para a próxima época.

P – Serão precisos muitos reforços para ter uma equipa competitiva?

R – Claro que não enjeitaríamos poder contar com alguns reforços que nos assegurassem uma mais-valia competitiva. Sabemos que, do ponto de vista financeiro, não podemos almejar ter profissionais ou “amadores” pagos a peso de ouro. A estrutura da atual equipa será para manter. Estamos atentos às oportunidades que o “mercado” nos possa proporcionar, sem agravar o capítulo das despesas do nosso orçamento.

P – Tinha dito que o apoio da autarquia e das empresas seria essencial. Tem sido fácil encontrar apoios?

R – Não tem sido fácil encontrar apoios, pelo contrário. A débil situação económica do país, com reflexos ainda mais acentuados na nossa região seja ao nível do tecido empresarial, seja ao nível autárquico, não permite grandes veleidades. Daí a nossa preocupação permanente em confinar as despesas a um nível que não nos obrigue a “andar com o coração nas mãos”.

P – Como vê a demora na resolução do “caso” dos juniores? Acredita que já devia ter sido resolvido há mais tempo?

R – Com efeito, atendendo à urgência da programação da próxima época, seria de todo aconselhável que a situação tivesse sido resolvida em tempo útil. Que este “caso” sirva de exemplo às estruturas dirigentes do futebol distrital…

P – Quais as principais dificuldades com que se deparam as equipas da região?

R – O financiamento da atividade desportiva é o principal problema das equipas da região. Não é por acaso que se verifica todos os anos uma diminuição do número de clubes que participam nos quadros competitivos. O futebol amador já acarreta custos – transportes, alimentação, inscrições, taxas de jogo e de arbitragem, policiamento, equipamento e material desportivo, etc. – muito difíceis de suportar e que só as receitas próprias dos clubes (sócios, ingressos nos jogos) não conseguem solver. No nosso caso concreto, acrescem ainda dificuldades a nível das infraestruturas desportivas, pois Gouveia possui um estádio relvado onde não é possível treinar e jogar de forma intensiva, obrigando-nos ao exercício de andar com a “casa às costas” durante a época, dependendo da boa vontade de outros clubes que nos permitam utilizar as suas instalações desportivas.

Alberto Cardoso

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