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A lei Anti-Tabaco

Bilhete Postal

Confesso-me feliz por sair de um restaurante sem aquele cheiro intenso nas roupas. Confesso-me feliz por saber que os médicos não estão no Hospital a fumar, nas consultas a bafejar pessoas, nos concertos a fumegar a sala. Confesso-me satisfeito por não incomodar nenhum fumador com o cheiro da minha comida. Afinal, era demais. Era demais ter um mundo de fumadores onde os outros podiam entrar, mas tinham de suportar a agressão persistente deles – os donos de tudo, os donos de todos os espaços. Há uma descontinuidade importante em favor da liberdade de quem não fuma. Esta é a lei mais libertária que existe, mas agora necessita ser perfeita. Tem de existir a oportunidade de se ser fumador. Tem de existir a liberdade de se estar em espaços com fumo. Tem que ser permitido ouvir jazz em ambientes impróprios. Tem que haver tolerância para os fumadores e aqueles que, amando-os, se põem ao fumeiro. Devidamente assinalado só lá irá quem queira. Este é o princípio da livre concorrência e este é o mundo em que acredito. Com isto volto a dizer que defendo muito mais liberdade com responsabilidade e comando com autoridade. A lei anti-tabaco faz sentido com leis intolerantes às salas de chuto, leis de índice de alcoolemia zero na condução, leis de menos velocidade nas estradas, leis de pastas sem peso nas costas das crianças. E se tudo isto está bem, existe outro modelo que nos deixa escolher, afinal aquele que deriva da educação cristã. O bem e o mal são apenas uma escolha, um caminho que se percorre em total liberdade. Sempre defendi estradas seguras de limite nenhum, com regras precisas de condução para todos. Sempre defendi a liberalização da venda das drogas, fossem quais fossem, e coimas para a prevaricação sob o seu efeito. Mas também coimas e penas para quem prevarique seja em que estado for: sóbrio, sem álcool, sem fumo, sem droga. O que é mau é a interferência dos outros em nós. Reparem como os parolos dos portugueses não se encostam à direita nem nas escadas dos shopping’s. São inculturas que se educam com sinalética apropriada.

Por: Diogo Cabrita

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