Em Sameiro tudo pode acontecer!
A democracia que aqui se pratica tudo permite, até o presidente da Câmara substituir Sua Exª o pároco da freguesia.
No passado 3 de Agosto, data da festa religiosa de São Nuno, na ausência do sr. padre, para espanto de todos, foi o presidente da Câmara que fez a prática sobre a vida do santo e conduziu a procissão durante o percurso. Tudo estaria bem se o presidente da Câmara não fosse novamente candidato ao mesmo cargo. A intenção não foi religiosa, foi de aproveitamento político.
Este comportamento não é inédito na pessoa do presidente da Câmara, mas agora ultrapassou todos os limites e pôs em causa o digníssimo padre, que certamente não solicitou que fosse substituído por um político. Estamos em época pré-eleitoral e, para alguns, tudo vale para se meterem pelos olhos dos eleitores adentro. Esta mistura da política com a religião envergonha os crentes e descredibiliza a política. Felizmente, não é um comportamento generalizado, é comportamento apenas daqueles que a todo o custo se querem manter no poder, mesmo contra a vontade da maioria dos eleitores.
Os católicos de Sameiro merecem uma explicação acerca deste comportamento, venha ela de onde vier. Necessitamos saber se a substituição do padre pelo presidente da Câmara foi ou não autorizada e em que circunstâncias. Mas em Sameiro são frequentes os atropelos à democracia. O tratamento aqui não é igual para todos, aliás, à semelhança do que acontece no resto do concelho de Manteigas. Perseguições e diferenças de tratamento da população conforme o seu posicionamento político, invocando uma lei para uns e mesma lei para outros de forma diferente.
Dando como exemplo, para uns, os contadores de água têm que ser mudados para a via pública, mas para outros são os próprios serviços da Câmara que mudam a canalização em propriedade privada, remodelando e reforçando o abastecimento com tubos mais largos, assim como a pavimentação do acesso na mesma propriedade privada. Tudo isto à conta da Câmara. Para uns, é necessária licença para calcetamento dos acessos dentro das propriedades e se não a têm são sujeitos a contra-ordenações e multas pagas em tribunal. Para outros, não é necessária a licença e é a Câmara que faz.
A verdade é que, infelizmente, ainda existem neste concelho muitas injustiças e discriminações que fazem recordar o antigo regime! E é por isso que, de vez em quando, a Câmara e os senhores que por lá andam se vêem envolvidos em processos judiciais.
A justiça há-de funcionar, como eu bem espero, e com a qual terei muito gosto em colaborar para que a verdade seja reposta neste concelho de gente honesta e humilde. Deus é grande, não dorme e como acredito, tem muito para nos dar, mas não será através dos falsos pregadores.
José Duarte Sabugueiro Batista,
Sameiro (Manteigas)