Arquivo

«A Guarda precisa de uma injecção de optimismo»

Santinho Pacheco não quer ser «apanhado outra vez de surpresa» e vai reunir com a administração da Delphi

O Governador Civil da Guarda e o presidente da Câmara vão reunir com a administração da Delphi para obter garantias de que a empresa não vai fechar a curto prazo após ter anunciado o despedimento de mais 286 trabalhadores até Maio.

«O que se passou foi um mero acto de gestão, mas agora estamos de pé atrás relativamente à empresa e queremos saber se as 300 pessoas que ficam a partir de Junho são suficientes para a continuidade da fábrica na Guarda. Não queremos ser apanhados outra vez de surpresa», sublinhou na terça-feira Santinho Pacheco. O Governador Civil e o autarca guardense reuniram na véspera com o secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do Desenvolvimento, Fernando Medina, que terá manifestado interesse pela manutenção da Delphi na cidade. «O Governo quer garantias de que a empresa não vai desaparecer e não vê com bons olhos a concentração da multinacional em Castelo Branco. Por outro lado, também quer saber se há disponibilidade da Delphi, e em que condições, para alugar ou vender espaço nas suas instalações a outras empresas», adiantou.

Para Santinho Pacheco, a multinacional americana deve agora colocar o espaço disponível na fábrica da Guarda-Gare à disposição de potenciais interessados. «É um desperdício não poder ser aproveitado, até porque há investidores que querem vir para a Guarda», referiu. E considerou ainda que a cidade está «a necessitar de uma injecção de optimismo com novos investimentos». Nessa matéria, o Governador revelou que há diversos projectos previstos para o concelho, um dos quais seria «uma fortíssima injecção de optimismo» se se concretizasse. Escusando-se a adiantar mais pormenores, Santinho Pacheco acrescentou apenas que está em causa a criação de «muitos postos de trabalho e um grande investimento que o Governo está disponível a apoiar», revelando que a decisão terá que ser tomada «nos próximos dois a três meses». Esta reunião já estava marcada antes dos últimos acontecimentos da Delphi, tendo sido abordadas algumas intenções de investimentos para a Guarda.

«O ministério precisa de mais elementos sobre estes projectos para os apoiar», adiantou, dizendo ser esta «uma situação para resolver no primeiro semestre» deste ano. O Governador aproveitou ainda a ida a Lisboa para abordar a situação da Beiralã, a empresa têxtil de Seia, cujo processo de recuperação foi aprovado em Dezembro pelos credores e já está a laborar com 40 trabalhadores. «É preciso um aval do Estado junto de uma empresa de capitais de risco para a unidade não colapsar e cumprir o que está estabelecido com os credores», disse Santinho Pacheco.

«A Guarda precisa de uma injecção de
        optimismo»

Sobre o autor

Leave a Reply