Desde a última sexta-feira que há uma nova porta de entrada para o distrito da Guarda, através do primeiro portal da plataforma tecnológica Guarda Digital. O Guarda.pt entrou em funcionamento com mais de 10 mil conteúdos registados, alguns vídeos e nove mil fotografias. «Estão todas geo-referenciadas para que os utilizadores possam ir aos locais com facilidade», sublinhou Sérgio Duarte, gestor do projecto.
Até Outubro, deverão ficar prontos mais 20 portais, nomeadamente os dos 13 municípios que integram a Associação Distrital Para a Sociedade de Informação (ADSI), permitindo, entre outras funcionalidades, o acesso aos serviços municipais e regionais. Em preparação estão também os sites
sectoriais dedicados às empresas (com uma bolsa de emprego e formação), ao turismo (onde será possível fazer reservas online), ao sector agro-florestal, aos mais pequenos, denominado “Kidscool”, e outro sobre o projecto “Magic Key”. Desenvolvido por Luís Figueiredo, docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (IPG), trata-se de um programa de software que permite interagir com o computador apenas com o olhar, fazendo com que o cursor do rato seja controlado com o movimento da cabeça e o premir dos botões seja substituído pelo piscar de olhos.
A novidade é a disponibilização, já em Julho, do Sistema de Gestão de Risco, que está a ser desenvolvido com o apoio do Centro Distrital de Protecção Civil e poderá ser uma ferramenta «muito útil» para o combate a incêndios, adianta o responsável. Quanto ao Guarda.pt contém informação diversa, notícias, um directório regional, galeria multimédia e uma secção surpreendente intitulada “Pecados”. «Nesta área convidamos as pessoas a vir provar as tentações que a região tem para oferecer em termos de gula, luxúria, vaidade e preguiça», destacou Sérgio Duarte. Para Joaquim Valente, presidente da ADSI e autarca da Guarda, esta plataforma digital é «única na Beira Interior, em termos de conteúdos e da informação disponibilizada».
Por sua vez, Jaime Quesado, gestor do Programa Operacional da Sociedade do Conhecimento, considerou que o projecto da Guarda é um «caso de sucesso» por ter posto os actores regionais «a funcionar», além de conciliar «inovação com rigor, sendo um portal altamente inovador e de grande qualidade». Finalmente, sublinhou que esta ferramenta é muito útil numa altura em que se assiste à «metropolização» do país entre Lisboa e Porto. Depois dos elogios, Jaime Quesado deixou um recado: «Este é um ponto de partida, o projecto da Guarda Digital não pode parar com os fundos comunitários», desafiou. A iniciativa teve um custo global de 2,6 milhões de euros.
Luis Martins