Ao abrigo dos artigos 24º e 25º da Lei nº 2/99, de 13 de janeiro, Pedro Machado, presidente da Comissão Executiva da Turismo do Centro (TCP) de Portugal, vem apresentar resposta ao artigo “A Fraca Prestação da Região na BTL”, publicado na edição do jornal ”O Interior”, em 5/03/15.
A participação na BTL é um projeto assumido de forma extremamente séria e empenhada pela TCP, em estreita parceria com as Comunidades Intermunicipais (…). Toda a preparação, desde a arquitetura e design do stand, até à programação, é feita, por opção da TCP, em colaboração com os principais atores da região: comunidades intermunicipais, em representação institucional das Câmaras Municipais que, por sua vez, representam todos os cidadãos e empresários do sector da região Centro.
O projeto final, com o seu “sucesso” ou “insucesso”, é de todos e cada um de nós – desde o mais pequeno empresário, passando pelas Câmaras Municipais, Comunidades Intermunicipais, à Turismo do Centro -, pelo que afirmar-se que «a CIM Beira e Serra da Estrela…» é «…anulada pela Turismo do Centro» é uma afirmação própria de quem desconhece (e não procura conhecer) toda a base conceptual deste projeto e desta parceria.
A esta afirmação, seguem-se um conjunto de muitas outras, bem como, citações, completamente descontextualizadas, e que, da forma como apresentadas, refletem muito pouco do que realmente defendo e acredito, relativamente à região Centro, e à prestação da Turismo do Centro e das Comunidades Intermunicipais na BTL´15.
O modelo de participação na BTL é, e deve ser, um modelo permeável, atento às diferentes realidades, e ajustável. Assim, o modelo desta última edição previu que cada uma das oito comunidades intermunicipais estivessem devidamente e objetivamente identificadas no painel atrás do balcão de atendimento das CIMs (…) e obedecendo a um modelo de balcão único, com informação de cada uma das CIMs (…).
Este foi um modelo diferente do adotado em edições anteriores, proposto e aceite por todas as CIMs, e que, assumidamente, trouxe as suas vantagens. Admitindo não ser totalmente perfeito – a perfeição procura-se com o trabalho diário, permanente, honesto e responsável de todos os agentes envolvidos, testando todas as soluções -, não foi, porém, apontado como tendo sido um elemento descaracterizador ou anulador da identidade das CIMs e do território, antes pelo contrário.
No entanto, – e é aqui que reside a gravidade do artigo publicado, que se limita a medir o “sucesso” e o “insucesso” da participação de uma Comunidade Intermunicipal, apenas pelo tamanho do balcão e o número de “flyers e desdobráveis” disponibilizados – a participação das CIMs não se esgota neste tipo de participação. A cada uma das CIMs é dedicada uma manhã ou uma tarde, ao longo dos cinco dias de feira, para promover o seu território. E é nestes momentos que são apresentados os principais projetos do sector do turismo, projetos diferenciadores de cidadãos, empresários, câmaras municipais, das próprias comunidades intermunicipais. (…).
A CIM das Beiras e Serra da Estrela esteve brilhantemente representada na tarde do dia de inauguração da BTL, 25 fevereiro, um dos dias com maior afluência de público (…). Não será, com certeza, difícil encontrar o programa apresentado – a não ser por distração ou por má-fé de quem redigiu tal notícia -, dada a ampla divulgação, mas para que sobre esta questão não restem dúvidas, segue abaixo:
25|02
14h00 – 16h00
CIM BEIRAS E SERRA DA ESTRELA [Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal, Trancoso, Belmonte, Covilhã, Fundão, Fornos de
Algodres, Gouveia, Seia]
14h00 Apresentação ETNO CINE – Festival de Cinema Etnográfico de Belmonte [Município de Belmonte]
14h10 Apresentação Judaica – Mostra de Cinema e Cultura [Município de Belmonte]
14h20 Apresentação do empreendimento turístico Quinta da Vargem / Casa dos Torneiros [Município da Covilhã]
14h25 Apresentação do Centro Interpretativo da Cereja [Município da Covilhã]
14h35 Apresentação do projeto Lenda do Viriato [Município da Covilhã]
14h40 Apresentação do empreendimento turístico Natura Glamping [Município do Fundão]
14h50 Apresentação do empreendimento turístico Cerca Design House [Município do Fundão]
15h00 Apresentação da Feira Ibérica de Turismo 2015 [Município da Guarda]
15h10 Apresentação do produto Sweet Castanea [Município de Mêda]
15h20 Apresentação do evento Skyroad Granfondo [Município de Seia]
15h30 Apresentação do Filme promocional Turismo de Gouveia [Município de Gouveia]
15h40 Apresentação oficial do evento GP Portugal 20165 | FIM Enduro Championship [Município de Gouveia]
14h30 Momento de degustação de produtos Beiras e Serra da Estrela * [Escolas de Hotelaria do Turismo de Portugal]
15h30 Iguaria vencedora no Concurso “Prémio Iguaria” * [Município do Sabugal]
* Balcão de degustação
Estes momentos, que foram acontecendo ao longo de toda a BTL, constituíram um dos grandes atrativos do stand da Região Centro, e foram sempre momentos de grande afluência do público em geral.
(…) A participação da TCP baseou-se num modelo participativo com as oito comunidades intermunicipais da região centro e contou com a presença de 15 balcões empresariais e 3 balcões institucionais.
De forma a promover todas as atividades desenvolvidas pela TCP, pelas CIMs e por outros parceiros durante a BTL, foi produzido um folheto da programação de animação. Durante a BTL o folheto foi distribuído no balcão institucional da TCP.
(…) E é pelo trabalho sério e dedicado, desenvolvido durante meses na preparação da BTL´15, por parte da equipa da TCP, Comunidades Intermunicipais, Câmaras Municipais, e Empresários; (…); não poderia deixar de responder a este artigo, – não percebendo bem se de “opinião” ou se pretende(ia) ser “informativo” – que, na sua génese, macula e minimiza o esforço de cada um dos envolvidos, neste que é um trabalho sério, e cujos resultados traduzem, per si, o seu valor.
Pedro Machado, presidente da Entidade Regional Turismo do Centro
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ND: O presidente da Entidade Regional Turismo do Centro (TC) vem, a propósito do relato informativo feito em grande parte com declarações dele (que estranhamente considera descontextualizadas), sobre a participação (ou participações) de entidades e empresas da Beira Interior na BTL, esclarecer alguns aspetos sobre a forma como a mesma foi feita, o que agradecemos, e aproveita para reagir com desagrado à identificação de debilidades no espaço do Turismo do Centro. É legítimo e natural que o faça. A CIM Beiras e Serra da Estrela e os autarcas da região é que têm de olhar para a aposta feita e perceberem se valeu a pena; têm de interpretar se foi um custo ou um investimento; o que ficou claro a quem esteve na BTL é que o modelo não beneficia a nossa região (até porque o protagonismo foi dado aos concelhos mais próximos de Lisboa, e foi isso que foi relatado no artigo em causa, dada a extensão da área regional da Entidade), a diversidade (cem concelhos) exclui a periferia e a região não teve palco (uns minutos de degustações e uns folhetos num balcão amontoado de papéis não servem para nada).
Não é por acaso que autarquias como Almeida, Belmonte ou Guarda, que antecipadamente perceberam que a visibilidade e promoção no stand de TC seria nula, preferiram, e bem, optar por ter o próprio espaço de afirmação dos seus concelhos enquanto destino turístico.
É estranho que ninguém se pronuncie sobre a ostracização da Serra da Estrela e é surpreendente como o unanimismo à volta da TC e outros novos poderes leva a que se diga em privado o que era necessário dizer em público em nome do interesse da região, do seu desenvolvimento e do seu futuro. No próximo ano veremos quantas CIMs aceitarão cofinanciar este modelo. E quantas câmaras assumirão custos para tão fracos resultados.
