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A festa da concertina e da desgarrada

Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo acolhem sábado o segundo encontro de tocadores e cantadores ao desafio promovido pelo Inatel

O Inatel quer colocar o Encontro de Tocadores de Concertina e Cantadores ao Desafio, cuja segunda edição se realiza sábado em Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo, no roteiro nacional deste tipo de eventos. «Estamos a tentar fixar esta data no distrito da Guarda a par dos muitos encontros que se realizam ao longo do ano pelo país fora», admite Joaquim Igreja, coordenador das actividades culturais da delegação da Guarda. Uma tarefa que se vai cimentando aos poucos e que conta este ano com a participação de 120 tocadores e cantadores, metade dos quais vem do distrito e os restantes são oriundos da zona do Minho, onde esta tradição está mais arreigada.

Um número que ficou aquém das expectativas, mas que é suficiente para um mega-espectáculo popular pelas ruas, largos e lugares públicos daquelas duas vilas. Os primeiros acordes ecoarão logo de manhã com as tradicionais rusgas da delegação minhota em Almeida e da “selecção” distrital, que integra músicos de ranchos e alguns inscritos do Fundão, Covilhã e Viseu, em Figueira de Castelo Rodrigo, seguindo-se um espectáculo em palco na Praça Dr. José Casimiro Matias e no Largo Serpa Pinto, respectivamente. Depois do almoço, minhotos e guardenses trocam de cenário para dar largas à sua arte musical e de composição instantânea: «O facto do encontro se realizar este ano em dois locais diferentes vai permitir um melhor aproveitamento dos tocadores e cantadores, que poderão assim tocar mais e para mais gente, já que se espera que eles se dispersem pelas imediações das praças e levem a sua música até aos espaços mais inesperados», explica Joaquim Igreja, que realça o lado «lúdico» dos tocadores neste tipo de encontros. «Eles gostam muito de se encontrar e fazem-no por diversas ocasiões no Minho, região de grandes tradições neste campo, e noutros pontos do país. Esperamos que esta iniciativa possa fazer com que o distrito da Guarda passe a integrar esse verdadeiro roteiro da música popular», sublinha o responsável.

Outra ambição é que esta festa «estimule» o aparecimento de grupos etnográficos numa zona do distrito onde eles menos existem. «Foi a pensar nisso que escolhemos inicialmente Figueira, vamos ver se dá resultados», diz o coordenador das actividades culturais do Inatel, organizador da iniciativa em parceria com as Juntas de Freguesia de Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo. O encontro é também uma oportunidade para revelar os últimos formandos do curso de concertina da Escola de Música do Inatel, que estarão, de resto, em itinerância pelo distrito em Maio, declarado o “Mês da Concertina” pela delegação guardense do Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres. Estes espectáculos, intitulados “Ao toque da concertina”, começaram no último domingo em Maçaínhas (Guarda) e vão passar dia 9 pela sede do rancho de Vinho (Gouveia), Paço da Cultura (Guarda), no dia 15; salão do rancho de Nespereira (Gouveia), dia 23; e, finalmente, no centro cultural do Reboleiro (Trancoso), a 30 de Maio. Esta actividade conta com a colaboração dos ranchos folclóricos de Vinhó, da Casa do Povo de Nespereira, de Maçaínhas, do Centro Cultural da Guarda e da Associação Cultural e Juvenil da Ribeirinha (Reboleiro).

Luis Martins

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