A consciencialização da falta de médicos originou a criação da Faculdade de Ciências da Saúde na Universidade da Beira Interior.
O facto do atual Mestrado Integrado em Medicina se basear num novo modelo com novos padrões pedagógicos foi, e é, motivo de orgulho para os seus dirigentes, corpo docente e alunos. Um sistema de ensino integrado baseado em objetivos pré-definidos com modelos de aprendizagem em meio clínico, com estudo autónomo por parte do aluno, de forma continuada e com avaliação permanente, é o sucesso deste método que, desde o primeiro ano acresce em conhecimento da realidade assistencial ao nível dos cuidados de saúde primários e secundários, com passagem pelos Centros de Saúde e Hospitais envolvidos no ensino da Região (Guarda/Covilhã/Castelo Branco).
Ao longo destes 10 anos, o aumento do número de vagas e, simultaneamente, a sua procura com reconhecimento da sociedade científica, congratula todos os profissionais de Faculdade e Instituições de Saúde de bem público. A ligação dos profissionais à docência criou oportunidades de grande valor científico que permitiu uma maior qualidade a nível dos cuidados de saúde prestados.
A visão dos responsáveis permitiu dotar e desenvolver a Faculdade com laboratórios (laboratórios de competências, laboratórios de gestão cirúrgicos), centros de formação avançados em Medicina e Ciências da Saúde (o qual permite adquirir conhecimento através da capacidade de simulação prática de formação em contexto real) atualização e modernização documental da Biblioteca, sistemas de videoconferência, centro de investigação em ciências da saúde (pode ser utilizado na promoção e prevenção da saúde), criação de novos cursos – Licenciatura em Ciências Biomédicas, Licenciatura em Optometria – Ciências da Visão e Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas – permitindo que alunos, docentes e comunidade tenham oportunidades para o desenvolvimento do conhecimento científico e técnico.
No contexto de crise que atravessamos é urgente consciencializarmo-nos que o ensino e investigação só podem ser encarados como atividades a promover nas instituições de saúde porque só com um investimento sustentado na atualização e inovação do conhecimento, será possível cumprir a nossa missão com promoção da qualidade e desenvolvimento nos cuidados prestados ao utente.
Falamos de instituições do SNS, sistema esse que permite a equidade no acesso e qualidade na prestação, quer ao nível da promoção da saúde quer ao nível da prevenção ou tratamento da doença. É urgente melhorar o sistema organizacional das instituições, mantendo a sua autonomia mas criando novos modelos que promovam a complementaridade entre elas afim de solucionar antigos e novos desafios na área da saúde da região, que permitam cumprir a nossa missão, servindo com qualidade e excelência as populações da área de influencia da Beira Interior, de forma sustentável e duradoira.
Considero que, com a FCS e com o Mestrado Integrado em Medicina, se deram e continuam a dar passos gigantescos para a atração de novos profissionais de saúde.
O grande e futuro desafio será criar sinergias que visem maior qualidade com fixação de novos especialistas nas diversas áreas afim de termos condições para solicitar à Ordem dos Médicos, através dos seus colégios, idoneidade formativa noutras especialidades.
Uma referência aos Especialistas e Diretores dos Serviços das nossas Instituições, reconhecidos no país e no Estrangeiro, que sempre zelaram por condutas exemplares na área formativa pré e pós graduada. A Universidade da Beira Interior, a FCS e as Instituições de Saúde que colaboraram no ensino médico estão de parabéns.
No presente e no futuro é essencial identificar as principais prioridades e atuar em conformidade para bem da Saúde na Beira Interior.