Arquivo

A “expansão” de Sara Conde

Um dos objetivos da artista plástica natural da Guarda é expor no estrangeiro

“Cerâmica Expansiva” é o nome da exposição que pode visitar até à próxima quinta-feira no Turismo Municipal de Almeida. A autora é Sara Conde, de 36 anos, que explora as artes plásticas «desde pequenina»: «Sempre tive muita tendência para essa área, pelo que tive aulas com a pintora Emília Tracana quando tinha 10 ou 11 anos», recorda a artista natural da Guarda.

A criação artística foi uma constante no seu crescimento: «Fui professora a tempo inteiro durante 11 anos, mas continuei a produzir e em formações, nomeadamente na cerâmica e vidro», adianta. Quando há dois anos ficou desempregada, Sara Conde não cruzou os braços e aproveitou a oportunidade para se dedicar mais «a sério» às suas obras. A formadora desenvolveu o projeto “4art”, em Viseu, onde aliava o ensino a exposições, mas este «está em “standby”, fechei as instalações em agosto, vamos ver como vai evoluir», refere. Caraterizar os seus trabalhos é difícil, pois não segue somente um estilo, mas «gosto de surrealismo, de “art nouveau”, até pelas caraterísticas dos materiais», assume a ceramista e pintora.

As suas influências são variadas, passando por artistas como Salvador Dali ou Gustav Klimt. «Gosto muito de Salvador Dali, mas não tenho a exuberância dele nem a ambiciono», destaca Sara Conde, acrescentando que «Klimt serviu de inspiração para a última coleção de presépios». As correntes da arte moderna cruzam-se com a sua arte mas não a definem, já que tenta «absorver e conhecer um pouco de todas e adapto-as à minha forma de estar», considera. As exposições têm-se sucedido e «todas são pensadas com muito carinho e profissionalismo», refere a artista, para quem o futuro passa pela cerâmica e pelo vidro, embora mantenha o gosto pela pintura.

A ambição é viver daquilo que produz, algo «quase impossível neste país», lamenta, considerando que a arte «continua a ser, infelizmente, valorizada apenas por alguns e nem sempre acessível a todos». Com obras espalhadas pelo mundo, Sara Conde trabalha com materiais caros, pelo que, «às vezes, é preciso ponderar o que vou fazer, pois tento fazer peças acessíveis». A formadora admite que já pensou «noutros voos» e um dos próximos objetivos é fazer expor no estrangeiro.

Sara Quelhas A arte de Sara Conde pode ser vista em Almeida

Sobre o autor

Leave a Reply