Quem espera, desespera. A REFER não tem uma data definida para o início dos trabalhos de modernização do troço da Linha da Beira Baixa que liga a Guarda à Covilhã. «A intervenção encontra-se em reprogramação, pelo que não é possível transmitir com rigor datas de compromisso quanto ao início e conclusão da empreitada geral», adianta o Gabinete de Comunicação e Imagem da REFER. No entanto, o valor de investimento previsto, «numa estimativa muito provisória», aponta para cerca de 70 milhões de euros.
A intervenção prevista para o troço em causa, numa extensão de 47 quilómetros, prevê a renovação integral da via, rectificação do traçado, implementação do perfil tipo que permita garantir a electrificação do troço, drenagem e sinalização. Para além disso, segundo a REFER, estão também previstos trabalhos de estabilização de taludes, alteração do “layout” da Estação da Guarda e Concordância da Guarda, remodelação de estações. Programado estão também os reforços de seis pontes metálicas ferroviárias e do túnel do Sabugal (Barracão), bem como o rebaixamento de via e substituição da super-estrutura de via (com a respectiva electrificação), construção de postos transformadores, instalação de sinalização electrónica, telecomunicações, convel, radio solo comboio, telecomando, RCT+TP e adaptação da sinalização e do convel da Estação da Guarda. Já as obras de renovação da via que a REFER quer executar entre os quilómetros 178 e 188 (junto a Belmonte) vão custar cinco milhões de euros, excluindo materiais, devendo ser realizadas «entre 2008 e 2009». De resto, a empresa refere que estão consolidados os cenários de intervenção de modernização para o troço Castelo Branco-Covilhã (numa extensão de 72 quilómetros). As obras vão decorrer «entre o início de 2009 e o segundo trimestre de 2010, com um valor de investimento de 90 milhões de euros», adianta a REFER.
Trinta por cento dos passageiros são idosos
O troço ferroviário que faz a ligação entre a Guarda e a Covilhã é servido por seis circulações (três em cada sentido). Em 2006 e 2007, segundo dados disponibilizados pelo Gabinete de Comunicação da CP – Caminhos de Ferro Portugueses, 11.700 e 11.000 passageiros utilizaram a automotora Allan 350, respectivamente. Os troços mais utilizados são os percursos Belmonte-Covilhã, Caria-Covilhã e Guarda-Covilhã. De resto, e segundo informações da empresa, cerca de 30 por cento dos passageiros são idosos, enquanto que três por cento são estudantes. Quanto à evolução do número de passageiros, a CP diz que «se tem mantido constante, com uma pequena tendência para diminuir». De 2006 para 2007 perderam-se nove por cento de utilizadores. E, em 2008, embora só estejam disponíveis os números referentes aos primeiros quatro meses do ano, já se regista uma quebra da ordem dos dois por cento.
Rosa Ramos