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«A “crise” deu-nos motivação para trabalharmos ainda com mais afinco»

Entrevista a Arlindo Valverde, proprietário da Casa Valverde, em Aguiar da Beira

P – A Casa Valverde, como estabelecimento comercial,  é já uma referência em Aguiar da Beira. Diga-nos há quanto tempo foi criada, a sua evolução e como chegou aos dias de hoje.

R – A Casa Valverde abriu em Aguiar da Beira no ano de 1986, nela funcionam duas actividades distintas, uma parte comercial, relacionada com artigos para caça e pesca e uma parte de prestação de serviços na área de mediação de seguros.

Comecei na actividade de seguros no ano de 1972 com a companhia Portugal Previdente, trabalhando em simultâneo na cooperativa agrícola de Aguiar da Beira, como funcionário gerente. Em 1986 com o crescimento da carteira e consequentemente do trabalho e responsabilidades, entendi que estava a prejudicar a cooperativa e resolvi demitir-me e abrir a actual Casa Valverde.

Inicialmente abriu só com a mediação de seguros, meses depois como forma de valorizar o espaço e atendendo ao facto de não existir no mercado oferta para a actividade de caça e pesca decidi dedicar-me também a esta. Conciliando um investimento que me pareceu viável e também uma paixão, pois sou caçador.

P – Os produtos e serviços que a Casa Valverde disponibiliza aos seus clientes são bastante diversos. Diga-nos quais são esses produtos e serviços.

R – Na área comercial caça, os principais produtos que comercializo são armas e munições, e na parte de pesca todo o material inerente à prática desse desporto. Destaco obviamente as munições personalizadas da casa que me orgulho de comercializar para vários pontos do país.

No que diz respeito à prestação de serviços, mediação de seguros, tenho 38 anos de experiência. Comecei por trabalhar com a Portugal Previdente, posteriormente com a Social, La Equitativa, Europeia e Liberty. Actualmente trabalho com Allianz (grupo a que já pertencia a Portugal Previdente) e Fidelidade Mundial.

P – E os seus clientes quem são? Qual a sua origem? São apenas do concelho de Aguiar da Beira, ou são oriundos de outros concelhos vizinhos?

R – Na actividade comercial, caça e pesca tenho clientes dos dois distritos Viseu e Guarda, e comercializo as munições personalizadas da casa Valverde para todo o país.

Os meus segurados colectivos, empresas são maioritariamente do concelho, os meus segurados particulares são de todo o país, residentes e não residentes. A preferência dos nossos segurados deve-se à minha longa experiencia no ramo e à qualidade da prestação do serviço quer da Allianz, quer da Fidelidade Mundial.

P – A actual conjuntura não é favorável à grande maioria das empresas do país e da região. A Casa Valverde tem sentido a crise que o país atravessa? Se tem, de que modo?

R – A Lei n.º 17/2009, de 06 de Maio, veio revogar a Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro e nesse sentido veio colmatar algumas das dificuldades que têm condicionado o dia-a-dia dos caçadores e a sua actividade, infelizmente verificámos a imposição de algumas limitações no que toca ao número de armas e munições, adquiridas por caçador. Os caçadores viram-se confrontados com uma série de contratempos, diversas interpretações que se transformaram em contra-ordenações e coimas, prejudicando-os nas suas actividades cinegética, lúdica, desportiva. Esta alteração manifestou-se obviamente nas vendas.

Na mediação de seguros, efectivamente, o ano de 2008 foi muito instável, mas em 2009 tivemos grandes melhorias no ramo vida e não vida. Cerca de 18% no ramo não vida e cerca de 40% no ramo vida. Este grande aumento no ramo vida deve-se à aposta nos produtos financeiros da Allianz.

P – Tendo em conta as mudanças que constantemente  ocorrem nos mercados, acha que será necessário alterar a estratégia que vem seguindo ao longo dos anos de modo a poder adaptar-se às novas realidades?

R – Centrando-me só na actividade da mediação de seguros, na qual trabalho há quase 40 anos as alterações e adaptações são sucessivas por parte das companhias que represento. Da minha parte tento acompanhar todas as mudanças e centro-me essencialmente em prestar um bom serviço e ir de encontro às necessidades dos meus segurados. Esta actividade não é fácil porque existe muita concorrência, e para o cliente o mais importante é o preço, mas neste aspecto penso que é importante que as pessoas percebam que em qualquer actividade, a diferença de preço manifesta-se na qualidade do serviço prestado. Nós apostamos na qualidade do serviço e sentimos a confiança que os nossos segurados depositam em nós. Brevemente iremos realizar obras de modernização das nossas instalações para melhorar a qualidade na prestação dos serviços.

P – E o futuro, encara-o com  optimismo?

R – Ainda que sejamos bombardeados por parte da comunicação social com a “crise”, este facto não nos “deprimiu” antes pelo contrário, deu-nos motivação para trabalharmos ainda com mais afinco. Sabemos que o sentido de responsabilidade e honestidade que representa o trabalho desta casa será sempre uma mais-valia e um factor que nos permite ter confiança no futuro. Este ano foi marcado também por uma renovação na equipa de trabalho, com a admissão do Bruno Correia e a minha filha Micá, sendo que a sua juventude e dinamismo não vão de forma alguma pôr em causa a qualidade dos nossos serviços, serão sim um acréscimo na qualidade dos serviços prestados aos nossos clientes.

«A “crise” deu-nos motivação para
        trabalharmos ainda com mais afinco»

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