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A Consoada fora do lar

Turistas de Lisboa e Porto continuam a procurar hotéis da região para passarem a noite de Natal

A consoada é tradicionalmente passada em família e no aconchego do lar, mas nos últimos anos há quem opte por uma solução mais vanguardista que começa a ser uma “moda” cada vez mais seguida. À semelhança de anos anteriores, há vários hotéis da região que possibilitam a passagem da noite de Natal aos interessados que chegam, na sua maioria, das grandes cidades.

Das várias unidades hoteleiras auscultadas por O INTERIOR, é o Hotel Turismo da Covilhã o que vai ter mais turistas a passar o Natal fora de casa. A taxa de ocupação, na tarde da última terça-feira, era de 60 por cento, o que corresponde a cerca de 110 pessoas. Cada uma vai pagar 141,50 euros por um programa que inclui uma ceia típica, bem como um almoço de Natal em família. Também do mesmo grupo, o Hotel Vanguarda regista «menos adesão», tendo uma ocupação prevista de 50 pessoas que vão pagar cada uma 126 euros. Liliana Neves, da central de reservas da Natura IMB Hotels, mostra-se satisfeita com a procura, embora reconheça que em relação ao ano passado há «um bocadinho menos de gente», apontando a crise como motivo para a situação. Em Seia, no Hotel Camelo, a redução em comparação com 2008 foi ainda maior refere Jorge Camelo: «Este ano está fraco. Em 2008 deve ter sido mais ou menos o dobro. A crise económica é a única explicação que encontro para esta diminuição. Eu ia sempre mais tarde para casa nos outros anos, mas era um sacrifício que compensava», indica um dos responsáveis pela unidade.

Tanto assim que já duvida que seja «uma boa aposta» ter programação para a consoada em virtude da pouca procura, adiantando que, «se calhar, vamos deixar de fazer no próximo ano». Do outro lado da serra, no Fundão, o Hotel Príncipe da Beira regista «praticamente a mesma ocupação» que no ano transacto, com um número de comensais situado entre os 40 e os 50. Célia Castro, directora da unidade, constata que «as pessoas estão a procurar cada vez mais os hotéis para passarem o Natal», notando «uma mudança de pensamento». Consoante o número de noites, são oferecidos pacotes cujo preço varia entre os 95 e os 235 euros, numa aposta que «tem valido a pena desde o início do hotel há cinco anos», acrescentando que a maior parte dos clientes são oriundos das zonas de Lisboa e Porto.

Também na Pousada de Belmonte a procura é semelhante, com cerca de 30 pessoas. O preço da dormida é de 120 euros, sendo o jantar à carta pago à parte. Liliana Silva, directora da unidade, reforça a ideia de que «há cada vez mais pessoas a decidirem passar o Natal fora de casa» e que a esmagadora maioria dos hóspedes não é da região. Curiosamente, o único que registou um aumento, ainda que muito ligeiro, foi o Hotel Turismo de Trancoso, que passa de 32 pessoas em 2008 para 36 este ano. O seu director, Luís Pedro Cerveira, sublinha que o restaurante vai estar «aberto nessa noite mesmo para quem não estiver hospedado» e que será servida uma ceia tradicional típica da Beira Interior. Jantar e ceia ficam por 55 euros, com o responsável a salientar que «há sempre famílias que, à ultima da hora, vêm cá jantar». Em relação aos hóspedes da noite de Consoada, são oriundos de Lisboa e Porto. «No fundo, são três famílias. As casas não têm capacidade para terem 12 ou 13 pessoas e resolvem vir cear para o hotel», afirmou, adiantando que a maior parte ficará mais do que uma noite. Como não podia deixar de ser, o bacalhau, o peru e os doces típicos da quadra festiva não vão faltar nos programas.

Ricardo Cordeiro A neve é um atractivo adicional para quem procura a região

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