Até domingo, Trancoso é palco de mais uma edição da secular feira de São Bartolomeu. No primeiro fim-de-semana passaram pelo recinto cerca de 35 mil pessoas, mais duas mil em relação ao mesmo período do ano passado, segundo informação disponibilizada pelo presidente da Câmara, cuja expectativa é ultrapassar os 100 mil visitantes nos dez dias do certame.
A mais antiga feira franca do país e uma das mais antigas da Península Ibérica, que conta já 745 anos, foi inaugurada na sexta-feira pelo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural que se mostrou impressionado com a dinâmica que se vive em Trancoso por estes dias e não poupou elogios ao certame. «Este tipo de evento mostra bem que existe energia nestes territórios para continuar a ter estas aldeias, vilas e cidades com vida. É também uma forma de promover os nossos produtos e aquilo que se vai fazendo pelo interior», sublinhou Miguel Freitas, para quem a Feira de São Bartolomeu «é uma feira para as famílias, mas é também uma feira de comércio». Com um orçamento que ronda os 180 mil euros, o certame é organizado pelo município e pela AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira.
Desde tasquinhas a stands de artesanato, passando por maquinaria agrícola, industrial e automóveis, esta edição conta com mais de 160 expositores e o edil trancosense não duvida que serão transacionados milhares de euros. «É um evento com uma atividade comercial muito forte. São dez dias de festa e de grande animação, onde encontramos muita gente e tudo isso é importante porque as feiras também têm esta parte lúdica de encontro e convívio entre as pessoas», afirmou Amílcar Salvador, para quem esta é uma forma de promover, divulgar e valorizar o território. A feira prossegue até domingo e para hoje está agendada uma noite de música e irreverência minhota com Augusto Canário, enquanto João Pedro Pais sobe ao palco amanhã seguido da DJ Isabel Figueira. Outro destaque do cartaz desta edição é o cantor e compositor Agir, que tem encontro marcado com Trancoso no sábado.
A Feira de São Bartolomeu fecha na tarde de domingo com o habitual Festival de Folclore organizado pelo Rancho Folclórico e Etnográfico da ACR Trancoso e nesse dia haverá também uma feira agropecuária que é «como que uma homenagem» aos criadores de gado, segundo o presidente da Câmara.
12 milhões para apoiar floresta do Centro
O Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (MAFDR) lançou concursos faseados, no valor de 36 milhões de euros, que visam reflorestar zonas atingidas pelos incêndios e substituir eucaliptos por espécies de crecimento lento.
De acordo com um comunicado do ministério, este «novo ciclo de apoio à floresta» consiste na abertura de «concursos regionalizados» cuja prioridade é a recuperação de áreas ardidas e a reconversão de áreas de eucalipto de baixa produtividade em zonas de espécies de crescimento lento. «Aquilo que pretendemos é mudar a floresta que temos», adiantou o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural à margem da inauguração da Feira de São Bartolomeu em Trancoso. A região Centro tem direito a 12 milhões de euros, mas Miguel Freitas não esquece que há outro tipo de programas, como o das cabras sapadoras, que «estamos a tentar incentivar e que neste território tiveram uma boa aceitação».
Na sua opinião, trata-se de um programa «virtuoso porque não apoiámos apenas os nossos pastores ou os proprietários florestais, promovemos uma atividade com gente no interior», sublinhou o governante, para quem é «absolutamente essencial não pensar só em floresta, mas sim em sistemas agroflorestais, onde a agricultura e a floresta convivem». O concurso decorre até 12 de outubro e, numa segunda fase, serão colocados a concurso mais 14 milhões de euros para as regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
Sara Guterres